Política

Quinta-Feira, 10 de Maio de 2018, 08h40

CONVERSA GRAVADA

Advogado chama de "vagabundos" empresários que citaram ex-Casa Civil em esquema

Dono da EIG Mercados, José Henrique Ferreira Gonçalves entregou conversa no WhatsApp com Pedro Jorge Taques ao Ministério Público Estadual

DIEGO FREDERICI

Da Redação

 

O advogado Pedro Jorge Zamar Taques, primo do governador Pedro Taques (PSDB), chamou de “vagabundos” os empresários Roque Anildo Reinheimer e Marcelo da Costa e Silva - sócios da Santos Treinamento, empresa que lavava o dinheiro desviado do Detran de Mato Grosso pela EIG Mercados, que prestava serviço de registro de veículos em alienação fiduciária no órgão. O advogado foi preso nesta quarta-feira (9) durante a deflagração da operação “Bônus”, 2ª fase da “Bereré”, que apura as fraudes.

A informação é parte do inquérito que apura o esquema. De acordo com as investigações, o motivo do xingamento seria um depoimento feito por Marcelo da Costa e Silva à Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) no dia 20 de fevereiro de 2018, um dia após a deflagração da operação “Bereré”. Marcelo contou que o ex-CEO da EIG Mercados, Valter José Kobori, era amigo pessoal de Pedro Cesar Zamar Taques, irmão do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques.

Uma conversa gravada por um dos sócios da EIG Mercados, José Henrique Ferreira Gonçalves – que firmou um acordo de colaboração com o Ministério Público Estadual (MP-MT) -, relata que Pedro Jorge Zamar Taques se reuniu com o executivo em São Paulo (SP). Na conversa, Pedro Jorge chega a falar sobre eventuais valores a serem pagos, mas o dono da EIG lembra que ele trataram apenas sobre “o assunto Kobori”.

“É porque eu só lembro nessa reunião que a gente tratou sobre a continuidade do Kobori na empresa, lembra que você disse que tinha um problema que ele tinha que resolver com o Paulo e tal”, disse José Henrique Ferreira Gonçalves.

Porém, o irmão de Paulo Taques fala que terá que pagar os impostos dos repasses feitos pela EIG ao escritório de advocacia. Ele afirma que o contrato entre ambos – que para o Ministério Público foi firmado para “disfarçar” o pagamento de propina – havia sido mencionado em depoimentos após a primeira fase da “Operação Bereré”.  “Aqueles vagabundos lá terminaram nos envolvendo”, falou Pedro Jorge, numa referência a Marcelo da Costa e Silva e Roque Anildo Reinheimer.

DEPOIMENTO NA DEFAZ

Em depoimento concedido a Defaz, Marcelo da Costa e Silva disse que um dia após as eleições de 2014 – que elegeram Pedro Taques como governador -, Valter José Kobori havia substabelecido os serviços jurídicos da EIG Mercados (que até então se chamava FDL Serviços) ao escritório de Paulo César Zamar Taques, que tinha como sócio seu irmão, Pedro Jorge Zamar Taques. Já Roque Anildo Reinheimer teria dito que mesmo com os indícios de fraudes, o Governo do Estado manteve o contrato com EIG Mercados com o apoio de Paulo Taques, já nomeado Chefe da Casa Civil, em 2015, com o apoio de seu sócio e irmão, Pedro Jorge Zamar Taques.

Tanto Kobori quanto os irmãos Taques afirmam que o contrato tinha como objetivo a representação do escritório de advocacia em causas trabalhistas envolvendo a EIG.

A operação "Bônus", deflagrada nesta quarta-feira, prendeu os primos do governador Pedro Taques, Paulo Taques (ex-Chefe da Casa Civil) e Pedro Jorge Zamar Taques, o deputado estadual Mauro Savi (PSB), os sócios da Santos Treinamento,  Claudemir Pereira dos Santos e Roque Anildo Reinheimer, além do ex-CEO da EIG Mercados, Valter José Kobori.

 

 

Comentários (10)

  • carlos silva  |  10/05/2018 16:04:15

    TEM QUE CASSAR A OAB DELES !!!!!

  • Energúmeno do mal  |  10/05/2018 15:03:50

    Quero aqui registrar meu descontentamento, com 2 supermercados de Cuiabá, que estão realizando aquelas promoções de facas; poxa vida nunca tem a faca que eu quero pra fazer churrasco, lamentável , espero resposta por parte do ministério público, Polícia Civil e Procon e que a justiça seja feita

  • Renato |  10/05/2018 15:03:39

    Conheci os irmãos Taques e o Kobori na nossa juventude. Fomos escoteiros juntos, mas jamais na minha inocente mente, poderia supor que esses três fizeram essa roubalheira toda. Lastimável. Certa vez encontrei o Pedro em um shopping da capital e o mesmo fez que nem me conheceu, mas eu o conheci, pois não esqueci dos tempos em que eu lhe estendia a mão quando ele precisava. Agora vejam onde a arrogância o levou.

  • Decio Nazario |  10/05/2018 14:02:12

    SÓ ASSIM A GENTE VE QUE ESSE VAGABUNDO DO HENRIQUE , FEZ MONTAGEM , A CONVERSA NAO TEM SEQUÊNCIA, SOCORROOOOOOOOOOOOOOOO, QUALQUER BURRO VE QUE FOI ARMADA ESSA CONVERSA...................SÓ MESMO O MPF , QUE NAO SABE DISSO..........................

  • Emanuel |  10/05/2018 12:12:29

    Tá chegando a hora

  • Fábio |  10/05/2018 11:11:50

    Delação sem provas não é admissível. Se o Ministério Público aceitou é porque apresentaram provas robustas e digo mais: se o Judiciário bloquear os bens dos envolvidos o Pedro Taques não terá dinheiro para fazer a campanha.

  • amarildo |  10/05/2018 10:10:04

    Paulo Cezar SAFADEZA e Pedro Jorge IDIOTEZA. Que dupla, hein? E são primos do Pedrinho MALVADEZA.

  • Um homem comum |  10/05/2018 09:09:55

    O mal por si mesmo se destrói

  • BARBOSA |  10/05/2018 09:09:43

    NOSSA QUE COISA EM SÓ GENTE INOCENTE INDO PREZO KKKKKKK. NISSO QUE DA A GANANCIA ENVERGONHAM A FAMILIA E PRINCIPALMENTE SEU FILHOS NAS ESCOLAS E O ESTADO . EU COMO FILHO DESSE ESTADO TÃO FICO ESTOU TBEM ENVERGONHADO . MUITO TRISTE O MUNDO FALANDO MAU DE NÓS . POR CAUSA DE MEIA DUZIA DE MAL FEITORES.

  • Érica |  10/05/2018 08:08:21

    Acho muita graça os caras falar que citou. Não citou, a dupla entregou um monte de provas que esse vagabundos roubaram mesmo. Familia Taques é uma quadrilha.

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