Política

Quinta-Feira, 01 de Outubro de 2020, 09h10

OPERAÇÃO OVERPRICED

Alvo da PC, secretário pede exoneração; prefeito diz ter confiança

Luiz Antonio Possas de Carvalho havia sido afastado por suspeita de superfaturamento em compra de ivermectina

WELINGTON SABINO

Da Redação

 

Após ser alvo de uma operação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MPE), sob suspeita de superfaturamento de até 400% na compra de medicamentos para tratar pacientes infectados por Covid-19, o secretário municipal de Saúde, Luiz Antônio Possas de Carvalho, foi exonerado do cargo. Em nota, a Prefeitura de Cuiabá disse que a exoneração ocorre "a pedido" do investigado para "contribuir para o bom andamento das investigações". 

Possas é advogado e na condição de procurador-geral do Município,  assumiu a Pasta da Saúde em dezembro de 2018 de forma interina após a exoneração do antigo titular da Saúde, Huark Douglas Correia, que também deixou o cargo ao ser alvo de uma operação policial que investigava esquema de corrupção e logo depois que o Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que afastasse Huark.

Depois, de atuar interinamente por oito meses, Antônio Pôssas foi efetivado como titular da Secretaria Municipal de Saúde em agosto de 2019, ocasião em que deixou a Procuradoria-Geral do Município. Na época, concedeu entrevistas afirmando que sua ida em definitivo para Saúde não foi uma questão de "escolha", mas sim uma determinação do prefeito, que segundo o secretário, foi adotada porque ele tinha "pulso firme", perfil do chefe que a Saúde estava precisando. “O prefeito viu que a saúde precisaria de uma gestão. E gestão de quem tem pulso firme e isso comigo tem. Eu sou totalmente intolerável com desvio de dinheiro público e muito menos com desmando do dinheiro público”, disse o secretário em agosto de 2019.

Agora, é investigado sob suspeita de sobrepreço na compra de insumos usados para tratar pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Na operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (1º outubro), foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um afastamento cautelar do secretário municipal de saúde de Cuiabá. As ordens judiciais  foram expedidas pela juíza, Ana Cristina Silva, da 7ª Vara Criminal da Capital.

Segundo as investigações, dentre os medicamentos listados na dispensa de licitação, encontra-se o item Ivermectina 6MG-comprimido com preço unitário de R$ 11,90. No entanto, os investigadores apontam que a própria Secretaria Municipal de Saúde já havia adquirido, no mesmo período, o medicamento por valor muito inferior (R$ 2,59), totalizando uma diferença de R$ 9,31, por unidade do produto, sendo detectado o sobrepreço superior a casa dos 400%.

De acordo com a Delegacia Especializada de Combate a Corrupção (Deccor), responsável pela investigação, foi identificado um sobrepreço de R$ 715 mil, sendo representado pelo bloqueio de bens dos investigados, até esse valor.  Com a coleta do material a investigação será aprofundada nos próximos dias. A ação contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia civil do Paraná.

As investigações são resultados de uma denúncia formulada junto à Delegacia Especializada em Combate à Corrupção. A partir de então, a PJC buscou apoio da Força-Tarefa (MPE/PJC/CGE), criada para acompanhar eventuais desvios ocorridos em licitações relacionadas à pandemia ocasionada pela Covid-19, oportunidade em que foi identificado elevado sobrepreço na aquisição do medicamento ivermectina.

A prefeitura, porém, alega que todas as compras relacionadas à Covid-19 estão divulgadas no portal transparência e disponível aos órgãos de controle. "Além disso, todos os investimentos são acompanhados de forma online e em tempo real pelo Ministério Público do Estado (MPE), por meio de um acordo firmado entre as instituições".

CONFIRA A ÍNTEGRA DA NOTA

Em relação a ação na Secretaria Municipal de Saúde, a Prefeitura de Cuiabá informa que:

- A Prefeitura de Cuiabá reforça que irá colaborar com todas as informações necessárias para esclarecimentos dos fatos. 

- Destaca que tem sempre prezado pela transparência nos investimentos públicos, criando inclusive um portal específico para abrigar as informações relacionadas aos gastos emergenciais com a pandemia da Covid-19. 

- No portal é possível observar na íntegra a descrição de cada contrato firmado e valores aplicados no combate ao coronavírus. 

- Além disso, todos os investimentos são acompanhados de forma online e em tempo real pelo Ministério Público do Estado (MPE), por meio de um acordo firmado entre as instituições. 

- O prefeito Emanuel Pinheiro reafirma sua confiança no trabalho da Justiça, bem como no gestor da Secretaria de Saúde.

- Informa também que o secretário municipal de Saúde, Luiz Antonio Possas de Carvalho, pediu exoneração do cargo, a fim de contribuir para o bom andamento das investigações.

 

Comentários (10)

  • Moreira  |  01/10/2020 13:01:49

    Paletó e seus recordes de escândalos de corrupção sem prisão...

  • O atalaia |  01/10/2020 13:01:17

    O mundo está em.transição, onde a regeneração vai ser a tônica dominante. Esses homens corruptos e gananciosos que so pensam em si mesmos vao ser extintos da face da terra ou, sem.outras opções, obrigados a mudar de lado. Nâo hà neste orbe lugar para os que querem o.poder a qualquer promovem a desigualdade, a desproporcionalidade e falta de ética....

  • Ana Fabia |  01/10/2020 13:01:15

    Emanuel Pinheiro é a soma do mal e atraso para Cuiabá, olha o VLT, 04 secretarios tiveram que ser exonerados por roubar o dinheiro do povo, cadeia no prefeito que é mal exemplo, Voce será derrotado Emanuel.

  • MARIA TAQUARA |  01/10/2020 13:01:11

    Sempre assim, saúde e educação são direitos constitucionais com orçamentos altos, obrigatórios e os políticos metem a mão. O sec. de educação e de saúde do EP já foram presos, e alguns outros. Que bom que ele confia nos parceiros!

  • Paolo |  01/10/2020 12:12:08

    Além desse GORDINHO tem o irmão dele tbem outro GORDINHO que o MP tem que olhar com mais carinho...todos cria do maldito paletó.

  • Ojusticeiro |  01/10/2020 11:11:38

    Na Casa Civil do Governo?????ESCANDALO da propina sendo assim.... chumbo trocado não dói diz um político tradicional ele. tem razão.

  • jose a silva |  01/10/2020 11:11:25

    Alvo de investigação POSSAS de CARVALHO pede exoneração e prefeito PALETÓ declara confiar no secretário. Mas quem duvida disso? Nem eu que sou besta! Se prefeito não confiar, secretário abre bocarra e entrega tudo! Aí é onde está toda a classe artística e teatral de CUIABÃ, a elite da representatividade e da comicidade.. Será que esses senhores acham que o povo ainda cai nessa esparrela? O povo não! Agora, convenhamos, as leis, a justiça e seus representantes acreditam! O motivo? Desconfio!

  • nero |  01/10/2020 10:10:20

    TUA HORA TA CHEGANDO NENÉU PALETO ! - ARRUMAR UM CAMBURÃO BEM NOVO PRA VC SER JOGADO LA ATRAZ,ALGEMADO,LUGAR DE DIREITO DOS " MELIANTES " DE COLARINHO BRANCO DA TUA ESTIRPE !

  • Marcos |  01/10/2020 09:09:53

    Se o cara fez rolo tem que ser preso mesmo, mas a disparidade dá justiça é grande. Recentemente foi comprovado que o exército brasileiro também superfaturou a cloroquina e nada aconteceu.

  • Consumidor |  01/10/2020 09:09:14

    Não sou especialista em compras públicas, mas antes da pandemia ivermectina custava R$ 5 em qualquer farmácia, hoje custa R$ 30 em qualquer destas farmácias populares. Mesmo com todo auê de PROCON, GOVERNOS, nada adiantou, continua custando R$ 30, quando se consegue encontrar. Isso se repete com vitamina C, D, Cloroquina, Azitromicina, etc. Se antes a prefeitura pagava 2,40 (metade do valor para o consumidor final) hoje 11,90 não me parece nada fora da realizada do preço praticado. Agora se o preço realmente é 2,40, então está faltando ações do PROCON e MPE nas farmácias, pois o cidadão comum está pagando R$ 30. Isto está com cheiro de mais uma daquelas operação eleitoreira, que depois de fazer o barulho, concluem que tudo estava regular.

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