O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União Brasil), revelou que possui um "acordo de boca" firmado com as lidenças do União Brasil no Estado liberando sua saída da agremiação caso opte por buscar uma nova legenda se não conseguir viabilizar seu nome para a disputa da Prefeitura de Cuiabá dentro da legenda que tem outro interessado: o atual secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia. Botelho concedeu prazo até novembro para que o governador Mauro Mendes, presidente estadual do partido, tenha uma conversa franca e esclareça qual dos dois interessados será o cabeça de chapa da agremiação.

Na reunião onde teria sido feito o pré-acordo, segundo Botelho, estavam presentes: os deputados estaduais Júlio Campos, Dilmar Dal Bosco e Sebastião Rezende, além do governador Mauro Mendes, os senadores Mauro Carvalho e Jayme Campos e ainda Fábio Garcia. Tais detalhes formam revelados por ele em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, nesta sexta-feira (1°). “Preciso da liberação do partido, tem um trâmite ainda, janela partidária para deputado é só em março de 2026. Não tenho essa janela e tenho que fazer um acordo dentro do partido. Existe um pré-acordo disso [que se Botelho fosse sair, eles iriam garantir a liberação]. Nós fizemos uma reunião em março", disse o parlamentar.

Apesar de não haver nada por escrito sobre o tal pré-acordo e lembrando que existe a possibilidade de a direção nacional do União Brasil se opor à saída de Botelho, uma vez que o mandato é do partido e não do candidato, conforme entendimentos vigentes e reconhecido pela legislação eleitoral, o presidente da Assembleia Legislativa ponderou que Mauro Mendes é um homem de palavra e nunca o deixou na mão.

Diante do atual cenário, Botelho não cogita uma possível negativa dos correligionários no Estado quanto sua provável saída do partido. “Possível é, mas eu não acredito [que vão barrar a liberação]. O que eu acredito é na palavra das pessoas. Em relação isso não posso reclamar do Mauro Mendes porque ele nunca foi desonesto comigo. Então, estou acreditando nisso que ele vai continuar dessa mesma forma que ele sempre me tratou e que eu tratei ele.  De forma limpa, de conversa franca. Se não dá não dá, amizade é a mesma”, explicou.

Botelho deixou claro que se, de fato, deixar o União Brasil, irá se filiar ao PSD, pois tem mantido conversas com os líderes da legenda, como é o caso do ministro de Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, presidente do diretório estadual e o ex-deputado federal Gilberto Kassab, que comanda a Executiva Nacional.

AGENDA COM MAURO

Eduardo Botelho explicou que ainda não se reuniu com o governador Mauro Mendes que tem uma agenda muito disputada, mas deixou claro que seu prazo é até novembro. “Falta agenda do governador, eu coloquei como limite até novembro, nós precisamos resolver essa situação. Ou vamos juntos ou cada um para um lado e a amizade é a mesma. Segue o jogo”, garantiu.

Apesar das conversas com o PSD, Botelho ponderou que também há possibilidade de permanecer nos quadros do União Brasil, mas para isso os critérios de definição do candidato ao Palácio Paiaguás precisam ser claros, sem arbitrariedades. “A princípio gostaria de ficar no União Brasil. Tenho essa esperança de que haja um entendimento, que tenha para escolher um melhor nome para Cuiabá. Quero regras claras, a definição tem que ser vontade popular, quem que o povo acha que é melhor desses dois do partido? Como resolver isso? pesquisa. A pesquisa é tecnicamente aceita por todas”, pontuou.

Porém, caso a mudança se concretize, Botelho confirmou qual será sua nova casa. “É o PSD porque primeiro você tem que ir pra onde estão interessado em você, onde tem se demonstrado mais interessado é lá. Já falei com o Kassab duas vezes, o ministro Carlos Fávaro sempre ligando, então o caminho provavelmente será esse”.