Política

Terça-Feira, 10 de Junho de 2025, 13h44

ESCOLAS DE MT

Deputada sugere acompanhar sobrecarga de merendeiras

Da Redação

 

Após ouvir as explicações do secretário de Estado de Educação, Alan Porto, durante audiência pública realizada nesta terça-feira (10), na Assembleia Legislativa, para discutir a sobrecarga de trabalho enfrentada por merendeiras da rede estadual de ensino, a deputada estadual Janaina Riva (MDB) sugeriu uma série de medidas para que tanto o Conselho de Alimentação Escolar quanto a Assembleia Legislativa, por meio da Comissão de Educação, acompanhem de perto as denúncias sobre as condições de trabalho dessas profissionais.

O fato é que, desde a publicação da Portaria nº 1.138/2024 da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), que estabelece o número de merendeiras por escola com base na quantidade de alunos, as reclamações tornaram-se frequentes. Pela regra, uma profissional deve atender até 250 alunos por turno. Acima desse número, a quantidade de servidoras aumenta progressivamente. Na prática, no entanto, os relatos apontam para um cenário de acúmulo de funções e sobrecarga física.

“Recebemos denúncias de escolas com quase 900 alunos e apenas quatro merendeiras — duas pela manhã e duas à tarde. Elas são responsáveis por três refeições diárias, controle de estoque, preparo dos alimentos e limpeza da cozinha. É uma rotina pesada e invisível, que precisa ser discutida com responsabilidade”, afirmou Janaina.

Durante a audiência, o secretário Alan Porto defendeu que o Estado vem investindo significativamente em equipamentos que diminuam o esforço físico dessas profissionais e pediu que os casos de excesso de trabalho sejam levados à Seduc para análise individualizada.

Janaina, no entanto, ponderou que o cenário dentro das escolas nem sempre corresponde ao que está no papel e que mesmo com a modernização das cozinhas, uma pessoa apenas para cozinhar para 250 alunos, é muito exaustivo. A deputada também reforçou a necessidade de discutir o pagamento de adicionais de insalubridade e periculosidade para as merendeiras, que trabalham em ambientes quentes, lidam com utensílios cortantes e realizam esforço físico contínuo, muitas vezes sem o apoio necessário.

A parlamentar sugeriu também que a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa crie um canal de denúncias anônimas para que as merendeiras e demais servidores escolares possam relatar, de forma segura e sigilosa, situações de sobrecarga ou desvio de função. O objetivo é reunir um panorama real das condições de trabalho nas escolas estaduais.

“Queremos fazer também visitas técnicas às escolas denunciadas. É difícil avaliar a carga de trabalho real de dentro do gabinete. Por isso, vamos às escolas, ouvir as servidoras e levar os dados de volta à Seduc. A portaria precisa ser ajustada à realidade de cada unidade”, concluiu.

As informações obtidas durante as visitas e por meio das denúncias serão organizadas em relatórios específicos por escola, que serão encaminhados formalmente à Seduc com pedido de providências.

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