Sexta-Feira, 14 de Fevereiro de 2020, 15h55
DESAPROPRIAÇÃO MILIONÁRIA
Justiça concede ao Estado posse de área de bairro que ex-governador admitiu propina
Silval Barbosa entregou esquema na desapropriação do bairro Renascer para pagar propina a membros do TCE
Da Redação
As mais de 1.200 famílias residentes no Bairro Renascer, localizado entre a Estrada do Moinho e a Avenida das Torres, que aguardam pela legalização de suas moradias há cerca de duas décadas, já têm um motivo para comemorar.
O juiz Carlos Roberto Barros de Campos, da 4ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, determinou em caráter liminar, na tarde de quarta-feira (12), a imediata imissão de posse da área pelo Governo do Estado de Mato Grosso.
A informação é do procurador geral do Estado, Francisco Lopes. Segundo ele, com esta decisão, o Estado poderá dar início à regularização fundiária do bairro, “resolvendo uma questão social que se arrasta desde o governo de Dante de Oliveira”.
Em seu despacho, o juiz Carlos Roberto Barros de Campos afirma que “ (...) a área demandada resta habitada por centenas de famílias que se encontram em situação precária; pois, restam desprovidos de documentos que assegurem o direito fundamental de moradia digna, excluídas de crédito imobiliário e desprovidas de acesso a serviços essenciais”.
Conforme a ação, reivindicando a tutela de urgência da área, impetrada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), em junho de 2014 foi editado o Decreto 2.488 declarando a área, onde se localiza o Bairro Renascer, de utilidade pública, para fins de desapropriação, para a devida regularização fundiária, “bem como a legalização de projeto urbanístico, a melhor adequação social e preservação ambiental”.
Diz ainda a ação, que antes da edição do decreto, técnicos do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) avaliaram a área em R$ 33,208 milhões, cujo montante foi aceito pelo antigo proprietário, com a finalidade de resolver amigavelmente a desapropriação. “Tais valores foram devidamente pagos pelo requerente”, no caso o Governo do Estado.
“Contudo, o Estado de Mato Grosso não recebeu a propriedade do imóvel regularmente desapropriado e pago. Tal situação tem causado apreensão e angústia a centenas de famílias, que estão sendo privadas do direito à moradia digna, já que a transferência do domínio é condição sine qua non (necessária) para a regularização fundiária da área pelo Intermat”.
DELAÇÃO
A desapropriação da área correspondente ao bairro Renascer estava contida na delação do ex-governador Silval Barbosa. O esquema pode ter desviado mais de R$ 33 milhões dos cofres públicos.
De acordo com Silval, os “retorno” do pagamento desta desapropriação serviu para pagar propina a conselheiros do Estado. O objetivo era que o TCE aprovasse as contas dele, bem como não criasse dificuldades em obras do MT Integrado e da Copa do Mundo.
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