A decisão do senador Blairo Maggi (PR) de anunciar publicamente que não é candidato ao governo do Estado nas eleições de outubro, levou o grupo político da oposição a intensificar as articulações para composição da chapa majoritária. Desde a quarta-feira, os partidos de oposição se reuniram diariamente para avaliar o quadro eleitoral e traçar os rumos para o pleito. 

Na última reunião, que acabou na madrugada deste sábado, ficou definido que o senador Pedro Taques (PDT) será o cabeça de chapa, com o presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja), Carlos Fávaro, que é filiado ao PP, como candidato a vice.

A grande \"novidade\" da reunião foi a decisão pelo afastamento definitivo do PR dos partidos de oposição. Nas últimas semanas, lideranças dos grupos políticos que apoiam Taquem se mostram temerosos com a formação de uma aliança com o PR. 

Isso porque os republicanos ocupam cargos estratégicos na gestão do governador Silval Barbosa (PMDB), o que contaminaria o discurso da oposição, de mudança nos rumos do Estado. \"O PR tem 12 anos de governo e traria todo o desgaste , principalmente da gestão Silval Barbosa\", disse uma fonte que participou da reunião.

Apesar do PR conversar publicamente com a oposição, a maioria dos partidos que compõem o arco de alianças de Pedro Taques rejeita a composição com os republicanos. Internamente, apenas o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB) defendia que o partido do senador Blairo Maggi esteja no palanque oposicionista. Porém, na reunião que avançou a madrugada, o socialista foi demovido da ideia.

Por conta disso, o senador Jayme Campos (DEM) será candidato a reeleição pelo grupo, com a primeira suplência sendo ocupada pelo empresário Marcelo Maluf (PSDB), que atua no ramo de empreendimentos imobiliários, sendo um dos proprietários da construtora São Benedito. 

O anúncio da chapa oposicioniosta deve ser oficializado nos próximos dias, numa coletiva a imprensa.

AVAL DE MAGGI 

Conforme apurado nos bastidores, a indicação de Fávaro para vice de Pedro Taques teria o aval \"secreto\" do senador Blairo Maggi (PR). Embora o republicano tenha dito publicamente que está engajado na reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e não apoiará Taques, nos bastidores, busca manter proximidade com grupos políticos da oposição e situação já vislumbrando poder de influência na próxima gestão estadual. 

Presidido em Mato Grosso pelo deputado estadual Ezequiel Fonseca, o PP tem manifestado descontentamento com os rumos da gestão estadual, principalmente após a legenda perder influência na Secretaria de Estado de Saúde (SES).