Política

Quarta-Feira, 04 de Dezembro de 2024, 12h42

RISTIUS

PF suspeita de uso de "laranjas" em saques milionários para compra de votos em MT

Tendência é que Arlei seja cassado e Sorriso tenha nova eleição

BRENDA CLOSS

Da Redação

 

O delegado Tiago Marques Pacheco, que está à frente da Operação Rustius, deflagrada nesta quarta-feira (04) pela Polícia Federal com o objetivo de investigar a arrecadação de verbas irregulares na campanha eleitoral prefeito eleito Alei Fernandes (UB) em Sorriso (420 km de Cuiabá), informou que a apreensão de notebooks e celulares dos alvos irão servir para dar sustentação ao inquérito que será encaminhado ao Ministério Público Eleitoral (MPE) que pode pedir ou não a impugnação ou cassação do mandato eletivo do eleito. A investigação apura a prática do crime de “Caixa 2” de campanha eleitoral, dentre outros relacionados, após a apreensão de R$ 300 mil em espécie com o empresário Nei Francio, de 57 anos, no dia 3 de outubro, ou seja, quatro dias antes das eleições municipais.

O "barão do agro" foi um dos principais apoiadores da campanha eleitoral do candidato a prefeito. Seu filho, Ian Zibetti Francio, doou R$ 150 mil para a campanha de Alei, conforme o portal DivulgaCand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para a PF, existe a suspeita de grandes empresários fizeram transações bancárias vultuosas através de "laranjas" para bancar a vitória de Alei em cima de Damiani da TV (MDB).

"Foram apreendidos R$ 115 mil em espécie, além de celulares e computadores que vão propiciar o avanço das investigações. Os elementos de informação colhidos no inquérito policial indicam que várias transações financeiras realizadas por empresários locais para custear a campanha do candidato a prefeito foram realizadas de forma ilegal com a participação de pessoas jurídicas por meio de pessoas interpostas, os laranjas, e com dinheiro não contabilizado na prestação de contas oficial da campanha", informou o delegado. 

Além disso, uma ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) foi impetrada pelo candidato derrotado no pleito, o Damiani da TV. No processo, o emedebista pede a cassação de diploma de Alei e seu vice, Acacio Ambrosine, por suposta captação ilícita de sufrágio e abuso de poder econômico e político. Na época, Nei não soube comprovar a origem do dinheiro, algo que levantou suspeita de que o dinheiro seria destinado a campanha eleitoral irregular. 

Ao todo, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, além de uma medida cautelar pessoal, que incluiu a entrega do passaporte do investigado, a proibição dele de sair da cidade e o impedimento de contato com outros envolvidos na investigação. "As informações serão compartilhadas com o Ministério Público Eleitoral para análise de propositura de ação visando a impugnação ou cassação do mandato eletivo do candidato envolvido", explicou Tiago Marques Pacheco. 

 

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