Quarta-Feira, 24 de Dezembro de 2014, 00h20
EDIÇÃO EXTRA
Polícia descobre propina de até R$ 200 mil e desvio para campanhas em MT
Quem desistia de participar do certame ganhava compensação
RAFAEL COSTA
Da Redação
Para desistir de concorrer a licitação do governo do Estado para aquisição de material gráfico, empresas recebiam propinas variáveis de R$ 50 mil a R$ 200 mil e assim permitir a montagem de um esquema de corrupção envolvendo servidores públicos e empresas privadas. É o que revela trecho da decisão da juíza da Vara Especializada contra o Crime Organizado, Selma Rosane Santos Arruda, obtida com exclusividade pela reportagem do FOLHAMAX.
A magistrada foi a responsável pela expedição dos mandados de prisão de empresários e dois secretários adjuntos. Conforme o Ministério Público Estadual (MPE), uma denúncia formulada por um cidadão que não quis se identificar dá conta que houve reuniões entre outubro e dezembro de 2011 dos quais participaram o assessor especial da secretaria de Comunicação, Elpidio Spiezzi, o secretário adjunto de Administração, José Jesus Nunes Cordeiro, o proprietário da Gráfica Print, Dalmi Defanti e seu irmão Fábio Defanti, além de Jorge Luis Defanti, proprietário da gráfica Defanti e Alessandro Francisco Teixeira Nogueira, funcionário da gráfica Print. "Nesta reunião ficou estipulado que as empresas que desistissem de concorrer ao certame com quantias que variam de R$ 50 a R$ 200mil", detalha a magistrada.
Na conversa, ficou acertado que dos R$ 40 milhões que seriam contratados para aquisição de material gráfico, R$ 20 milhões seriam transferidos a Gráfica Print e o restante seria objeto de negociação. Ali, ficou estipulado que as empresas desistentes das licitações receberiam de R$ 50 mil a 200 mil.
O Ministério Público sustenta que a arrecadação ilegal de receitas públicas tinha como objetivo fazer caixa de campanha para as eleições de 2014. O esquema funcionaria da seguinte forma: a Secretaria de Comunicação autorizava pagamentos sem receber todo o material.
Em algumas situações, o valor pago ficaria como crédito para fabricação de material de campanha ou para ser partilhado com agentes públicos ainda não identificados. A partir daí, todo o material seria adquirido com sobrepreço, já combinado que as empresas consultadas seriam a Gráfica Print, Defanti e KCM.
Todas combinavam entre si que apresentariam preços superiores aos de mercado, o que permitia as falsas concorrentes apresentar preço elevado, porém, abaixo do estimado. Assim, a divisão dos lotes não atenderia ao interesse público, mas exclusivamente aos fraudadores.
As empresas vencedoras do lote de R$ 40 milhões foram a Gráfica Print, jornal A Gazeta, Intergraf Gráfica e Editora, Espaço Editora Gráfica, Defanti, Editora de Liz LTDA, Tecnomídia Editora e Comércio, Gráfica Atalaia, KCM Editora e Distribuidora, WM Comunicação Visual LTDA, Top Gráfica e Editora LTDA e Multicópias Indústria, Gráfica e Editora LTDA. As investigações do Ministério Público relacionadas a um monopólio de gráficas em contratos com o governo de Mato Grosso já dura 3 anos.
Há suspeitas de lavagem de dinheiro e que a devolução do dinheiro pelas empresas, que correspondia a 75% do montante recebido, tenha servido para pagamento de propina a servidores públicos e políticos. Dos seis presos na operação, quatro seguem detidos.
Papai Noel | 24/12/2014 20:08:31
Na verdade, não posso afirmar com certeza se é em todas as comarcas. Mas, no TJMT e no Fórum de Cuiabá, só tem a Multicopias.
Anônimo | 24/12/2014 20:08:06
Se descobrirem o caixa dois, o "governador" eleito corre o risco de não receber a tão sonhada faixa. A sujeira ronda por todos.
Katia Silva Maluph | 24/12/2014 19:07:26
Tem gente que pode não tomar posse no dia primeiro. Talvez o MPE esteja dando um tiro no pé.
Papai Noel | 24/12/2014 12:12:06
Só pra constar: A Multicopias ganhou a licitação no Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso, também. Ela é a única que faz todo o serviço de cópias em todos os fóruns das comarcas do Estado e no TJMT.
Papai Noel | 24/12/2014 11:11:01
Licitação não é para que o estado adquira produtos e serviços de qualidade e a preços bem abaixo do que é praticado no mercado? Afinal de contas, o estado sempre compra mercadorias em enormes quantidades. Ora, qualquer um que compra em enormes quantidades, sempre consegue um bom desconto do fornecedor ou vendedor. Então, por qual razão os preços praticados nas licitações são sempre superiores aos do mercado? Vejam, por exemplo, os preços dos tratores e caminhões do escandaloso Escândalo dos Maquinários, dentre tantos outros. Não deveria haver uma fiscalização para apurar todos os casos de licitação em que os preços dos produtos ou serviços ficaram igual ou superior ao praticado no mercado? Alô, MPE, alô, MPF, alô, Gaeco, alô, PF!...
Sika | 24/12/2014 10:10:03
Recuso-me a ler esta matéria, tô cansado de ler e ouvir denúncias de corrupção e nada, absolutamente NADA acontecer. Chega, tô de saco cheio, ninguém devolve um centavo surrupiado dos cofres públicos neste paÃs. O sujeito estupra o erário, é acusado, vai preso uns dias, sai nos jornais, contrata um advogado, paga uma fiancinha e aÃ... sai da cadeia e os milhões ficam na conta, bonitinhos!
ALZINO BERNARDES | 24/12/2014 09:09:58
COMO DIZIA O TIRIRICA: QUEM É O CANTOR A� KKK QUEM? QUEM? QUEM? QUEM? QUEM?
Jucilene | 24/12/2014 08:08:19
A campanha do Pedro também...
Alex Farias | 24/12/2014 08:08:18
Será que a investigação irá chegar naquele empresário que era cantor?? Esta semana ele andou visitando de forma urgente algumas gráficas da baixada cuiabana.
Anônimo | 24/12/2014 08:08:05
Uai, se eu não me engano, a empresa KCM Editora e Distribuidora tem entre um dos sócios, o irmão de um delegado de polÃcia da baixada Cuiabana.
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