O secretário de Saúde de Várzea Grande, Cassius Clay de Azevedo, prestará esclarecimentos sobre os medicamentos vencidos na sessão desta quarta-feira da Câmara de Vereadores. Cassius deverá explicar detalhadamente sobre os mais de 400 mil medicamentos fora do prazo de validade, que dias atrás, foram encontrados no Centro de Distribuição de Medicamentos (Cadim) e outras duas toneladas abandonadas no Centro de Controle de Zoonose e em pátio da prefeitura de Várzea Grande. 

Os vereadores cobrarão explicações sobre os culpados pelo descaso e assim deliberar junto ao Ministério Público, denúncia de crime de responsabilidade. Na semana passada, a Mesa Diretora convocou a Comissão de Saúde da Casa para acompanhar os trabalhos investigativos sobre o caso. 

Na última segunda-feira, a Comissão formada pelos vereadores Hilton Gusmão Alves (PROS), Sumaia Leite de Almeida (SD) e Fábio Saad (PTC), reuniu com o Executivo, onde requereu três funcionários, entre eles, um farmacêutico, para auxiliá-los na catalogação dos medicamentos vencidos. Serão nominados medicamentos com histórico no Cadim nos anos 2013, 2014 e 2015.

Para o presidente da Câmara, vereador Jânio Calistro (PMDB), “independente de outras investigações que vem ocorrendo paralelamente, a Casa vai descobrir quando os medicamentos foram adquiridos, vencidos e de quem realmente é a culpa”, destacou Calistro.

A atual gestão e a anterior já travaram discussões sobre o caso, que se tornou um “escândalo” nacional. Segundo o secretário de Saúde atual, os medicamentos foram abandonados pela gestão anterior, porém, o ex-prefeito Walace Guimarães (PMDB), nega que os medicamentos vencidos foram adquiridos em sua gestão.

Diante da grave situação, o Ministério Público de Contas (MPC-MT), também solicitou a instauração de um Processo de Representação Interna, com pedido de medida cautelar, e assim, o Tribunal de Contas de Mato Grosso entrou no caso a fim de auxiliar nas investigações.

A equipe técnica do TCE fará auditorias nos medicamentos e nos locais onde os medicamentos estão ou estavam armazenados. Após as investigações, os técnicos deverão avaliar o prejuízo financeiro causado pela perda dos medicamentos e identificar os verdadeiros culpados pela ação. 

A portaria foi publicada no Diário de Contas da última segunda-feira e tem como relator o conselheiro Valter Albano da Silva.