Terça-Feira, 29 de Abril de 2025, 19h05
MORATÓRIA
TCE revela que "gigantes do agro" tiveram R$ 4,7 bi em incentivos fiscais
Conselheiro compara que valor daria para construir 16 hospitais
Da Redação
O relatório preliminar da auditoria sobre os incentivos fiscais, realizada pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), revela que entre 2019 e 2024 empresas signatárias da Moratória da Soja foram beneficiadas com R$ 4,7 bilhões. Os dados foram divulgados pelo relator do processo, conselheiro Antonio Joaquim, durante a sessão ordinária desta terça-feira (29).
Segundo o levantamento, os valores correspondem a 28% do total de renúncias fiscais concedidas pelo Estado por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic) no período, que somam R$ 16,6 bilhões. Entre as principais beneficiadas estão multinacionais do agronegócio, como Bunge, ADM, Cofco Internacional e Cargill.
O conselheiro informou que o relatório final da auditoria será concluído nesta semana e encaminhado às autoridades competentes. “Estamos falando de um valor bilionário de empresas que não estão merecendo esses incentivos. A lei do Prodeic é clara: é para diminuir desigualdades e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Precisamos dar transparência a essa questão”, afirmou.
Durante a sessão, Antonio Joaquim também citou decisão recente do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou o Governo de Mato Grosso a não conceder incentivos fiscais a empresas adeptas da Moratória da Soja. Dino reconsiderou parcialmente sua própria decisão liminar e restabeleceu a Lei Estadual 12.709/2024, a partir de 1º de janeiro de 2026.
“Podemos considerar uma grande vitória nesta luta, que começou com o debate provocado por representantes das câmaras municipais e chegou ao Tribunal. Agora, o ministro autoriza o Estado a não dar incentivos fiscais, que se diga, são gastos que saem do orçamento”, completou o relator da auditoria. Diante dos dados apresentados, o presidente do TCE-MT, conselheiro Sérgio Ricardo, criticou o volume de recursos destinados às empresas.
“A preço de R$ 300 milhões por hospital, só o que foi para a Bunge daria para construir cinco. Para a ADM, mais cinco. Cofco Internacional, dois. Cargill, mais dois. Fiagril, um. Em resumo, daria para construir 16 hospitais como o que o Governo entregou”, disse.
Além disso, Sérgio Ricardo reforçou que é preciso refletir sobre o retorno que esses empreendimentos vêm oferecendo ao estado. “O que a Bunge dá a Mato Grosso para receber R$ 1 bilhão? Ela precisa? Ela devolve para a sociedade? Essas empresas se fortalecem com esses incentivos e acabam afogando as demais. Esse assunto precisa ser tratado como política de Estado”, concluiu.
Rafael | 30/04/2025 08:08:52
Isso tudo porque os órgãos de controle ficam só olhando as despesas do estado. O grande gasto do estado está no incentivo, e digo gasto porque nao é investimento... essas empresas só sugam Mato Grosso, geram poucos empregos e os que geram pagam mal. É hora de ser justo com todos.... acaba com os incentivos e reduz a aliquota do imposto para todos, fica muito melhor.
INVESTIGACAO. | 29/04/2025 22:10:06
Essa Sedec precisa ser investigada. O alto escalão e alguns servidores devem ter melhorado a desigualdade dentro da famÃlia deles. Rsrs E o pobre de direita pedindo para reduzir tributo das grandes empresas. Como se vê, já não pagam praticamente nada. O.pobre de direita está comendo.marmita no trabalho e se acha rico. Todo castigo para o.pobre de direita é pouco.
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