O vereador Daniel Monteiro (Republicanos) recusou o convite feito pelo prefeito Abílio Brunini (PL) para assumir a Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (12), ao deixar a sede da Prefeitura após reunião com o gestor.

Seria a terceira mudança na pasta, que segue sob responsabilidade de Amauri Monge. Durante entrevista, Monteiro afirmou estar honrado com o convite, mas ressaltou que este não é o momento adequado para assumir o cargo. “Eu nem esperava nos meus melhores sonhos ser convidado para comandar uma pasta tão estratégica, responsável por 25% da receita corrente líquida do município. No entanto, entendo que agora minha contribuição deve permanecer no Parlamento”, disse.

Ele destacou que, apesar da juventude e do pouco tempo de mandato — apenas seis meses como vereador —, tem conseguido avanços importantes em pautas educacionais, como a adesão de Cuiabá ao programa “Alfabetiza MT”, articulada por ele com a Secretaria de Estado de Educação antes mesmo do segundo turno das eleições de 2024.  Monteiro também pontuou que sua decisão foi motivada pelo desejo de preservar a independência do seu mandato.

“Se eu fosse para o Executivo, eu me dedicaria exclusivamente à pasta da Educação, que, repito, é a mais importante de todas e é onde eu pude trabalhar, é onde eu pude colaborar para tirar Mato Grosso do 22º lugar no ranking e levar para oitavo no Brasil. Mas, com certeza, tiraria de mim a possibilidade de fazer alguns apontamentos. Isso é natural, isso não é amarrar, isso é questão de respeito hierárquico e eu cultivo isso para a minha vida, assim como eu gosto que respeitem a mim como líder”, explicou.

O convite havia sido feito há cerca de um mês e, segundo Monteiro, teve até o aval do atual secretário Amaury, com quem mantém boa relação desde quando trabalharam juntos na Secretaria Estadual de Educação (Seduc-MT). “Ele é um gestor exemplar, alguém com quem aprendi muito sobre metas, prazos e gestão pública. Acredito que deve ser mantido no cargo”, afirmou.

Daniel e Amauri também são aliados do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos). Com a negativa, Daniel segue como presidente da Comissão de Educação da Câmara de Cuiabá e reforça seu compromisso com um mandato “técnico e atuante”.

Além disso, acredita que Abilio não deverá retirar Amauri da pasta, assim como a relação entre o secretário e o prefeito não se desgastou. “Eu acredito que ele tem que ser mantido, eu acredito que quando o prefeito me convidou ele gostaria de uma soma de forças. O resumo da ópera é, eu acho que a relação do prefeito e do secretário permanece intacta, até porque o próprio Amauri aprovou a minha indicação, uma eventual nomeação minha. Ele é uma pessoa que é do trabalho, é uma pessoa que acorda cedo, que dorme tarde e que é resolutiva. Essas são características que eu também cultivo”, finalizou.