Cidades Terça-Feira, 25 de Março de 2025, 20h:57 | Atualizado:

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PSICOLÓGICO

10% dos policiais penais de MT buscam ajuda

 

JARDES JOHNSON
G1

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Desde 2024, mais de 350 (12,5%) policiais penais e servidores de Mato Grosso buscaram ajuda psicológica, segundo dados divulgados pelo Sindicato dos Policiais Penais do Estado (SINDSPPEN), nessa segunda-feira (24). De acordo com a diretora de saúde do SINDSPPEN Emilene Nunes, entre os problemas mais relatados está a carga horária exaustiva.

Atualmente, o estado possui, aproximadamente, 2.800 policiais penais que exercem a função na escala 24x72, passando um dia inteiro dentro das penitenciárias. "Quando ele entra na unidade, ele fica 24 horas 'preso' também, com a mesma rotina, cuidando da segurança do reeducando. Existe a pressão em relação aos riscos de fuga e de entrada de materiais ilícitos, é bem estressante", destacou.

Outro problema bastante citado pelos profissionais é a questão financeira. Segundo Emilene, alguns servidores públicos estão com mais de 85% da folha de pagamento comprometida com empréstimos, o que também causa muita preocupação no âmbito familiar e profissional.

O SINDSPPEN oferece atendimento psicológico totalmente gratuito desde o ano passado para os profissionais da categoria e seus dependentes. O sindicato também realiza o acompanhamento por meio de profissionais da saúde. Emilene é a responsável pelo atendimento inicial para entender a situação do servidor, passando o caso, se necessário, para um psicólogo ou até mesmo para internação.

Para o psicólogo Kleverton Mariani, existe uma falha no sistema penitenciário do estado em relação à saúde mental dos servidores da segurança. "Muitos policiais passam por concurso e fazem apenas avaliações referentes ao porte de arma, mas não se preocupam, de maneira aprofundada, com a saúde mental do profissional", explicou.

O psicólogo destaca ainda que a rotina exaustiva pode acarretar em outros problemas como o esgotamento físico e mental, conhecido como síndrome de burnout. Por mais que os policiais penais descansem por 72 horas, ele cita que alguns ocupam esse tempo com outras atividades para complementar a renda, já que a questão financeira também é um dos problemas citados, o que causa mais estresse e menos tempo com a família.

De acordo com o psicólogo, não há uma solução pronta, mas é essencial que cada caso seja analisado de forma humanizada e com todo o acompanhamento profissional necessário para o bem-estar dos servidor e dos ambientes profissional e familiar. "O essencial é procurar entender o profissional e o cenário. Analisar se é o caso de sugerir um remanejamento de cargo, um afastamento ou até mesmo desenvolver uma atividade entre a equipe, porque não adianta tratar um único profissional, se a equipe toda estiver mal", finalizou.





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Comentários (1)

  • Ana

    Quarta-Feira, 26 de Março de 2025, 06h48
  • Infelizmente são apenas 10%. Creio que a coisa é tão pesada pro psicológico que mais de 80% deveria ter suporte psicológico. Infelizmente estamos numa sociedade que acha q qm procura psicólogo é pq não está nada bem, o que na verdade não é correto. Se a grande maioria fizesse terapia mesmo sem estar em um momento delicado, muito provavelmente viveríamos numa sociedade melhor, inclusive menos estressada e com a paciência tão curta como estamos vendo nos noticiários todos os dias.
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