Vinte e cinco acadêmicos de Direito da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Cáceres, visitaram o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da Comarca, na última quarta-feira (27 de setembro). Essa foi uma oportunidade para eles conhecerem, pessoalmente, a estrutura e o funcionamento desse serviço que o Poder Judiciário disponibiliza aos cidadãos. A atividade foi articulada como parte da disciplina de Prática Jurídica, do 5º semestre.
Os alunos foram recebidos pelo juiz da 1ª Vara Cível e coordenador do Cejusc, Dr. Pierro de Faria Mendes e pela gestora do Centro, Adriana Del Castanhel.
Durante a conversa, o magistrado ressaltou a importância das universidades incluírem no conteúdo programático do curso os métodos alternativos para a solução de conflitos. “Fico contente em ver que as universidades já entenderam a importância desse tema, assim como o Judiciário mato-grossense já possui esse entendimento há anos”, disse.
Mendes explicou que, o Cejusc existe para identificar o método adequado para a resolução dos litígios e garantir que ele seja devidamente aplicado, com o auxílio de profissionais preparados.
Ainda de acordo Pierro, como futuros profissionais, os discentes precisam conhecer esses métodos. “É importante que a faculdade abra os olhos dos acadêmicos para esse novo ramo, a fim de que haja uma mudança de percepção. Por vezes, o único método a ser aplicado é aquele em que o juiz decidirá o que é de Direito. Mas aquela conduta agressiva já não cabe dentro da resolução de um conflito”, acrescentou.
O grupo de alunos foi acompanhado pelo coordenador do Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ), professor Bruno Lindote. Para ele, a atividade possibilitou que conhecessem a mediação como mecanismo de solução de conflitos nas práticas do Direito, vislumbrando a aplicação da teoria na prática. “Eles ficaram impactados com a perspectiva de tratamento mais humanizado das mediações diante dos conflitos judiciais”, ressaltou o docente.
Na visão da estudante Vitória de Sousa Tavares, as experiências partilhadas inspiraram os estudantes a trilhar um caminho de esperança, projetando um futuro de transformações através do sistema judiciário para a sociedade. “Fomos instigados a pensar no que estamos fazendo, o porquê e as possibilidades que nossa carreira nos permite semear e atuar enquanto profissionais, mas também, especialmente, enquanto pessoas”.
“A partir das experiências que foram compartilhadas conosco, pudemos perceber como é importante, além da técnica jurídica, pensar na humanização”, completou.
Após a conversa, eles participaram de uma visita guiada ao Fórum da Comarca.
Para o professor de Prática Jurídica (Um) e coordenador do curso de Direito da Unemat-Cáceres, Antonio Armando Albuquerque, as visitas técnicas às instituições públicas agrega aos conhecimentos nutridos em sala de aula e constrói a imagem de um Judiciário próximo da população. “É nessa aproximação que podem atentar às palavras dos próprios juízes e servidores sobre suas atividades diárias e os desafios a serem enfrentados na defesa intransigente dos Direitos Humanos, da Justiça e da democracia”, conta o jurista.
Conciliação – Os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania fornecem à população um serviço de conciliação e mediação de qualidade, com o apoio de profissionais capacitados. O serviço pode ser utilizado na fase processual ou antes dela, reduzindo a necessidade de judicialização e encurtado o prazo para solução dos litígios.