Entender a necessidade das pessoas e repensar processos: essa é a base da inovação no setor público, segundo Wellington Monteiro, assessor de Relacionamento de Tecnologia e Inovação do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Em entrevista ao TRT Entrevista, ele destaca como a transformação digital e a empatia têm mudado a forma como o cidadão se relaciona com a Justiça do Trabalho, tornando o serviço mais rápido, acessível e humano.
Monteiro ministrou o curso “Gestão e Operação de Laboratórios de Inovação” na Escola Judicial do TRT/MT. Confira os principais trechos da entrevista:
O que significa inovação no setor público e como isso impacta quem utiliza os serviços?
Inovação no setor público significa atender as necessidades das pessoas. Ela surge exatamente para isso: melhorar a prestação dos serviços públicos, tornando-os mais eficientes, rápidos e adequados para a sociedade. No caso da Justiça do Trabalho, por exemplo, a inovação busca oferecer um serviço mais ágil, como processos digitais que facilitam o acesso, reduzem tempo e melhoram a experiência de quem procura o tribunal.
Por que inovação virou prioridade no setor público nos últimos anos?
Porque o mundo mudou, especialmente com os avanços tecnológicos. As necessidades das pessoas também mudam rapidamente, e as soluções de ontem já não servem mais para os desafios de hoje. A inovação surge como uma resposta urgente às novas demandas da sociedade, exigindo que os órgãos públicos se adaptem constantemente.
Na prática, como a inovação impacta a vida de quem tem um processo na Justiça do Trabalho?
O impacto é tornar o serviço mais rápido, prático e eficiente. Um exemplo claro é a digitalização dos processos judiciais, como o uso do sistema PJe, que permite acesso remoto aos processos, sem a necessidade de buscar papéis fisicamente. Isso acelera prazos e facilita a vida do cidadão.
Inovação é só sobre tecnologia?
Não, ela busca melhorar a experiência das pessoas, repensar processos, eliminar etapas desnecessárias e melhorar o atendimento, tornando tudo mais humano e acessível. Muitas vezes, é possível inovar apenas simplificando um fluxo de trabalho, sem envolver necessariamente tecnologia.
Qual o papel da empatia no processo de inovação?
Empatia é fundamental, inovar é colocar as pessoas no centro do processo, se colocar no lugar do outro, entender suas dores e necessidades, e a partir disso criar soluções que realmente façam diferença. Quando a necessidade do outro passa a ser também a sua, você começa a pensar em soluções mais efetivas e humanizadas.
Quais são as principais habilidades que uma pessoa precisa ter para trabalhar com inovação no setor público? Todo mundo pode aprender?
Todo mundo pode aprender a inovar, porque todos nós somos criativos desde a infância. Muitas vezes, essa criatividade fica adormecida, mas pode ser reativada. Existem seis grandes competências para a inovação no setor público, mas a mais importante é o foco nas pessoas.
Esse movimento de inovação realmente tem trazido resultados? Pode citar um exemplo?
Sim, tem trazido muitos resultados. Um exemplo muito claro e conhecido é o voto eletrônico. Foi uma grande ideia que uniu criatividade, ação e, principalmente, resultado. Hoje, conseguimos saber o resultado de uma eleição nacional em poucas horas, algo que antes levaria dias.