Os pais são uma das principais inspirações para os filhos em vários aspectos: na música, na religião, nos esportes, na comida, nos valores morais. Há filhos que, inclusive, acabam seguindo o mesmo caminho profissional dos pais. É o caso de Renan Zattar Ferreira da Silva, 31 anos, filho de Jonas Ferreira da Silva, 60 anos. Os dois são graduados em Direito e auditores da Controladoria Geral do Estado de Mato Grosso (CGE-MT).
O pai tomou posse no cargo há 11 anos. O filho, há quatro anos. Na decisão de fazer o concorrido concurso público para auditor do Estado, Renan foi influenciado pela rotina do pai, que sempre foi muito ativo.
Lotados na Secretaria Adjunta de Corregedoria Geral da CGE-MT, mas em superintendências diferentes, o pai na Superintendência de Processos de Pessoas Jurídicas e o filho na Superintendência de Processos de Agentes Públicos, eles são apaixonados pela carreira.
Para Jonas, cabe ao pai fazer o filho compreender que a vida não é só aconchego, mas também trabalho e, que não há somente ganhos, mas também perdas. Compete ao pai ensinar os limites da vida e transmitir valores éticos e morais, que serão o alicerce da personalidade.
Jonas ressalta que nunca disse para o filho cursar Direito. No entanto, sempre atuou como orientador, intermediador, possibilitando o desenvolvimento vocacional do filho.
“O que eu sou no trabalho é apenas um recorte do que eu sou na minha vida pessoal, sendo um bom ouvinte, desenvolvendo uma comunicação clara com o meu filho e oferecendo segurança e confiança. É normal que nós, pais, ansiemos ver os nossos filhos trilhando o mesmo caminho, ainda mais quando nos orgulhamos da nossa profissão, mas o mais importante é levar em consideração a aptidão do filho e suas preferências. Nesse quesito, sempre apoiei o meu filho para seguir o melhor caminho e tive a honra dele querer trilhar por onde o pai já havia passado”, declara.
Já para Renan, um dos pontos primordiais na sua trajetória foi no período de escolha da sua graduação. À época, o pai não impôs suas vontades. A influência na escolha veio da observação do desempenho profissional do pai.
Ele conta que as lembranças da infância e adolescência eram do pai sempre batalhando, sendo motivo de orgulho para a família.
“Foi dessa forma indireta que meu pai fez com que eu tivesse orgulho dele. Nunca vi meu pai esmorecido, ele sempre correu atrás dos objetivos, e toda família vibrava com esse jeito. Ele sempre estabeleceu limites, o uso adequado da liberdade e das minhas responsabilidades. Por isso tive liberdade com consciência para escolher o que achava melhor. Temos que fazer o que carregamos no coração e isso não é forçado. O financeiro é importante sim, mas, além disso, é você estar feliz no trabalho ou em qualquer outra coisa que se propõe fazer”, afirma.
Hoje, formado e concursado, Renan relata todo o esforço e dedicação que seu pai tem com a profissão e toma isso como um exemplo, um espelho tanto para vida profissional quanto para vida pessoal.
“Ter o meu pai como companheiro de profissão é gratificante, trocamos muitas ideias e experiências. Ao longo da graduação também foi assim. Nas atividades desenvolvidas, pude trazer seus ensinamentos para o meu dia a dia. Foi com meu pai que aprendi minhas maiores lições de vida. Acredito que é possível influenciar positivamente quando a pessoa se torna um exemplo, e este é o caso do meu pai, que tanto em casa quanto no trabalho sempre foi um homem honesto, trabalhador, cheio de determinação e coragem. Ele me inspira até hoje, como filho e gestor”, expressa, emocionado.
Renan também lembrou da boa relação que teve com o pai na infância. “Sempre me deu apoio e me incentivou. Quando eu decidi fazer o concurso e passei foi uma surpresa boa para toda a família, principalmente para meu pai, que ficou realizado com todo esse processo”, lembra.