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158 ANOS

'Avanço industrial foi esquecido em VG', avalia jornalista

 

ALLAN MESQUITA
Gazeta Digital

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vg industrial

 

Na semana em que Várzea Grande celebrou seus 158 anos de fundação, o GD conversou com o jornalista Wilson Pires de Andrade, profundo conhecedor da história local e autor do artigo especial que resgata a trajetória industrial do município. O texto, escrito por ele, percorre marcos históricos da cidade, desde suas origens à beira da várzea até a consolidação como polo industrial de Mato Grosso, com destaque para a implantação do Parque Tecnológico na região do Chapéu do Sol.

Na entrevista, Wilson reforça a importância da vocação industrial de Várzea Grande, mas também faz um alerta: segundo ele, o movimento de industrialização iniciado nos anos 1970 foi, ao longo do tempo, “esquecido” pelo poder público. Para o jornalista, a falta de investimentos em infraestrutura, abastecimento de água e planejamento urbano afastou parte do potencial produtivo da cidade, que viu muitos empreendimentos migrarem para outras regiões do estado.

Apesar das críticas, Wilson mantém a esperança de um novo ciclo de crescimento, agora voltado à inovação. Ele aposta no Parque Tecnológico como peça-chave para reconduzir Várzea Grande à sua vocação industrial, com geração de empregos, fortalecimento do setor imobiliário e integração com a capital.

Confira a entrevista abaixo:

1 - Em seu artigo, o senhor exalta a força industrial de Várzea Grande, mas como conciliar esse crescimento com os sérios problemas de infraestrutura e escassez de água que o município enfrenta atualmente?

Com a nova administração que começou em janeiro deste ano, ela tem como compromisso com a população, principalmente com os empresários, resolver pelo menos em partes o problema da infraestrutura, principalmente a água. Acredito nos compromissos assumidos pela nova administração. Várzea Grande não pode esperar, tem que ser agora.

2 - O senhor destaca a tradição industrial desde os anos 70. Na sua visão, o modelo de industrialização adotado até hoje é sustentável para o futuro da cidade, considerando especialmente as pressões ambientais e urbanas atuais?

Nos anos 70, Várzea Grande passou por uma "revolução" industrial, mas com o passar dos anos, esse movimento ficou um pouco esquecido. Novas rotas foram abertas, o nortão de Mato Grosso, virou uma potência e muitas indústrias se deslocaram da baixada cuiabana e foram para Rondonópolis, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Primavera do Leste entre outros grandes celeiros da indústria de Mato Grosso. Com isso a Cidade Industrial foi ficando para trás. Os anos 2000 estão sendo diferentes. Várzea Grande está apostando na Cidade Tecnológica de Mato Grosso.

3 - A chegada do Parque Tecnológico foi apontada como um marco para a inovação em Várzea Grande. O senhor acredita que a cidade está preparada, em termos de estrutura urbana e educação técnica, para integrar esse novo ciclo de desenvolvimento tecnológico?

A cidade está se preparando para esse desenvolvimento tecnológico. Com certeza esse, sim, é a grande esperança dos várzea-grandenses. O Parque Tecnológico pode gerar empregos, riquezas para as indústrias. Para o setor imobiliário pode ser uma grande revolução, pois contando aproximação de Várzea Grande com a Capital, aqui será o futuro da baixada.

4 - Ao longo da história, Várzea Grande foi vista como “caminho e passagem”. O senhor acredita que isso ainda reflete sua realidade econômica atual, ou já podemos dizer que a cidade se tornou um verdadeiro polo de destino e permanência para investimentos industriais?

Várzea Grande é com certeza "caminho e passagem". Com a Avenida da FEB sendo um corredor de ligação com o norte de Mato Grosso, a Avenida Mário Andreazza novo caminho de ligação da Capital com o Nortão, ligando o Trevo do Lagarto com o Norte do Brasil. Sem falar que a Rodovia dos Emigrantes, que liga o Norte com a região Sul que está em obras de duplicação, resolvendo o grande gargalo que era o excesso de caminhões.

5 - Como jornalista e conhecedor profundo da história local, o que o senhor acredita que precisa ser feito com urgência para que Várzea Grande possa de fato consolidar sua vocação industrial sem repetir os erros do passado, como o desenvolvimento desordenado e a negligência com os serviços básicos?

Várzea Grande precisa que os governantes olhem para essa cidade com mais carinho. Precisa de investimentos na água, infraestrutura em geral. Precisamos investir em novas lideranças, a velha política está com seus dias contados. Como toda baixada cuiabana, aqui os políticos vêm buscar os seus votos em períodos eleitorais e depois somem. Nada ajuda na sua estrutura. Precisamos de investimentos nos serviços básicos urgentes. O nosso comércio é forte, a industrial quer investir na Várzea Grande, pois a aproximação com a Capital é ótima e nosso povo é ordeiro e trabalhador.





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