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Ontem, durante a sabatina na Câmara Municipal de Cuiabá, o diretor geral da CAB Cuiabá, Ítalo Jofilly, alegou que o Plano Municipal de Saneamento apresentado pela prefeitura na época da contratação da empresa para gerir a rede de água e esgoto da capital, não condiz com a realidade encontrada. Segundo Jofilly, o documento não corresponde com a situação encontrada pela concessionária. “Acontece que os desafios são maiores e nós estamos trabalhando para superá-los”, enfatizou o diretor.
Diante da situação, ele explicou que a dimensão da rede de água da capital é um exemplo disso. No plano consta que a cidade possui 2,8 km de rede, porém, foi encontrado pela CAB apenas 2,3. Essa diferença, segundo o administrador é de -20% e o mesmo acontece com a cobertura do abastecimento e a perda de água. Já em relação à cobertura, a CAB identificou que 92% da capital têm acesso à água encanada. Mas, de acordo com a prefeitura, a cobertura era de 99%. “Quando assumimos, tínhamos mais de 40 mil ligações clandestinas funcionando fora do sistema. Nós não tínhamos conhecimento dessa situação”, ressaltou.
Ele ainda argumentou que essa situação fez com que o primeiro ano de trabalhos da empresa fosse todo voltado para a adequação e correção dos quadros essenciais. Tendo em vista que o contrato assinado na gestão do prefeito Chico Galindo prevê que a universalização do abastecimento de água em Cuiabá em três anos e da rede de esgoto em dez.
Sendo assim, o diretor afirmou que até o momento apenas 40% da totalidade dos serviços foram atingidos para garantir a universalização da água. “Estamos na casa dos 40%, mas os 60% restantes é factível de fazer neste último ano”, ressaltou.
O desabafo aconteceu durante a terceira e última oitava da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os serviços prestados pela concessionária em Cuiabá. Um relatório avaliativo deve ser entregue no próximo dia 26 de abril.
O Diário entrou em contato com a Prefeitura de Cuiabá para saber sobre os dados, mas não obteve sucesso até o fechamento da edição.
DESCONTENTES
Mesmo justificando as dificuldades em realizar os serviços na capital, a CAB Cuiabá já acumulou 20% a mais das reclamações no Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), em menos de três meses do que todo o último ano da antiga concessionária Sanecap. Constam nos dados que só em 2014 697 ocorrências foram feitas, contra 560 em 2011.
No órgão, as reclamações lideram as faturas que vêm com um valor desproporcional à média de consumo, seguidas pela falta de fornecimento d’água bem como a falta de pressão e por fim ficou a quebra do contrato na prestação dos serviços.