Começa no sábado (15.08) a 36ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. Em Mato Grosso, a meta é imunizar 95% das 228,2 mil crianças que fazem parte do público-alvo entre os dias 15 e 31 de agosto. Para isso, o Ministério da Saúde entregou ao Estado 285,4 mil doses. O foco são as crianças entre seis meses e cinco anos incompletos.
A meta nacional é imunizar 12 milhões de crianças, o que representa 95% do público-alvo, formado por 12,7 milhões de crianças. A vacina é extremamente segura, garantiu a gerente de Vigilância em Agravos Imunopreviniveis da Secretaria de Estado de Saúde, Claudia Soares de Souza Como não existe tratamento para a poliomielite, a única forma de prevenção é a vacinação. "A vacina protege contra os três sorotipos do poliovírus 1, 2 e 3. A eficácia da imunização é em torno de 90% a 95%".
Mesmo para as crianças que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia podem ser vacinadas. Já as crianças com infecções agudas, com febre acima de 38 graus ou com hipersensibilidade a algum componente da vacina precisam de orientação médica.
"Aquelas que nunca foram vacinadas contra a poliomielite não receberão as gotinhas na campanha. A proteção contra o vírus é realizada com duas doses da vacina inativada poliomielite (VIP), injetável, aplicada aos dois e quatro meses de vida, e uma dose da vacina oral, aos seis meses", explicou a gerente.
Outra proposta da campanha é aproveitar a ida ao posto de saúde e colocar a vacinação das crianças em dia. Por isso, paralelamente à vacinação contra poliomielite, o Ministério da Saúde promove uma mobilização para atualizar o esquema vacinal das crianças menores de cinco anos.
Os responsáveis devem levar o cartão de vacinação para avaliação do profissional de saúde, os quais irão avaliar a caderneta infantil, alertando os pais sobre as vacinas que a criança ainda precisa tomar. As doses atrasadas serão aplicadas e agendadas, de acordo com cada situação.
Com a campanha de atualização, o Ministério da Saúde pretende aumentar a cobertura vacinal, diminuir o risco de transmissão de doenças que podem ser evitadas, além de reduzir as taxas de abandono. As vacinas oferecidas protegem contra tuberculose, rotavírus, sarampo, rubéola, coqueluche, caxumba, varicela, meningites, febre amarela, hepatites, difteria e tétano, entre outras.
Poliomielite
O Brasil está livre da poliomielite desde 1990 e, em 1994, o país recebeu, da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem em seu território. Entretanto, nove países registraram casos em 2014 e 2015. Em três países – Nigéria, Paquistão e Afeganistão – a poliomielite é endêmica.
Os casos registrados na Somália, Guiné Equatorial, Iraque, Camarões, Síria, Etiópia foram decorrentes de importação do poliovírus selvagem. Por isso, a vacinação é fundamental para que casos de paralisia infantil não voltem a ser registrados no Brasil.
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria dos casos, a criança não vai a óbito quando infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.
O Brasil é referência mundial em vacinação e o Sistema Único de Saúde (SUS) garante à população brasileira acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, são disponibilizadas pela rede pública de saúde de todo o país 17 vacinas no Calendário Nacional de Vacinação para combater mais de 20 doenças, em diversas faixas etárias.