No último ano, somente em Cuiabá, foram oferecidas 129 denúncias criminais relacionadas a ocorrências no trânsito. Esses números revelam parte do cenário da violência vivida nas vias urbanas da Capital. Em busca de um trânsito mais consciente, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso aderiu ao movimento “Maio Amarelo – Atenção Pela Vida”, que será lançado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) nesta quarta-feira (29.04), às 16h, no auditório da autarquia, no Centro Político Administrativo.
Maio Amarelo é um movimento internacional e nasceu com o objetivo de colocar em pauta o tema segurança viária e, mais do que chamar a atenção da sociedade sobre os altos índices de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo, a iniciativa busca mobilizar órgãos de governos, empresas, entidades de classe, associações, federações, sociedade civil organizada para, efetivamente, engajar-se em ações e propagar o conhecimento.
Acompanhando o sucesso do “Outubro Rosa” e “Novembro Azul”, os quais, respectivamente, tratam dos temas câncer de mama e próstata, o “Maio Amarelo” estimula a avaliação de riscos sobre o comportamento de cada cidadão, dentro de seus deslocamentos diários no trânsito. O amarelo simboliza a atenção - advertência -, naturalmente é o desafio de todo cidadão que atua no trânsito como pedestre ou condutor.
Para a promotora de Justiça Márcia Borges Furlan, o Ministério Público recebe a iniciativa de forma extremamente positiva. “Precisamos envolver a sociedade para que cada um cumpra o seu papel. Que o movimento comece em maio, mas que se estenda a todos os meses de 2014 e se perpetue”, pontua Furlan.
A DÉCADA VOLTADA AO TRÂNSITO
Em 11 de maio de 2011, a Organização das Nações Unidas decretou até 2020, como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito". O documento foi elaborado com base em um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Aproximadamente 50 milhões de pessoas sobreviveram com sequelas. A intenção da ONU é poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, cinco milhões de vidas até 2020.
O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito. São três mil vidas perdidas por dia nas estradas e ruas ou a nona maior causa de mortes no mundo. Os acidentes de trânsito são o primeiro responsável por mortes na faixa de 15 a 29 anos de idade, o segundo na faixa de 5 a 14 anos e o terceiro na faixa de 30 a 44 anos. Atualmente, esses acidentes já representam um custo de US$ 518 bilhões por ano, ou um percentual entre 1% e 3% do produto interno bruto de cada país.
Se nada for feito, a OMS estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito em 2020 - passando para a quinta maior causa - e 2,4 milhões, em 2030.