Na capital de Mato Grosso, moradores de áreas de risco se desesperam com o volume das águas que invade as casas. No bairro Castello Branco, foi realizada a limpeza do córrego do Barbado na ultima quinta-feira (28), porém na chuva da noite de terça-feira (04) o córrego transbordou novamente e invadiu casas.
A expectativa é da retirada das famílias para casas do programa Minha Casa Minha Vida, prometidas para abril deste ano, mas de acordo com a Prefeitura a entrega do residencial pode acontecer apenas no final de 2014. Um barranco de quase 4 metros no bairro tem sido invadido pela água desde a última semana.
Sem nenhum auxílio oficial, as famílias contam com a ajuda de familiares e amigos para repor os móveis perdidos com a chuva da última semana que chegou a quase um metro de altura no interior de algumas residências. Moradora do bairro há 24 anos, a dona de casa Célia Maciel de Almeida Silva, 39, não consegue dormir a várias noites por causa do risco da chuva.
Ela, o mar-do, os 2 filhos e o neto dormem em colchões improvisados espalhados pelo chão, pois grande parte dos móveis estra-gou. “A água subiu e perdi quase tudo. A água sobe muito rápido aqui nesse córrego e a gente não dorme mais direito. Só na chuva de terça-feira a água entrou uns 40 centímetros na minha casa”.
Os irmãos Adalberto Douglas de Jesus Santiago, 25, e Rogério Victor de Jesus, 23, moram na casa mais abalada pelas altas do córrego. Onde antes existia um quintal, hoje resta apenas um buraco e o terreno embaixo de um banheiro e da cozinha já começou a ceder. “A casa tem várias rachaduras e a limpeza que a Prefeitura fez não adiantou nada. Meu irmão e minha irmã já saíram por medo, mas a gente não tem como sair. Minha esposa não dorme mais, quando começa a chover é aquele desespero”, reclama Adalberto.
Desde a enchente em 2003, a família recebe promessas de receber uma moradia popular, porém, a entrega das chaves que deveria ter acontecido em 2013, foi adiada mais uma vez para abril. “Há mais de um ano nos disse-ram que já íamos receber as casas e até agora nada. Enquanto adiam a nossa saída, a água continua subindo”, diz Rogério.