Transmissão de conhecimento, ensinagem, protagonismo, saber-ser-fazer são algumas das competências trabalhadas no curso Formação de Formadores (Fofo), que foi iniciado nesta segunda-feira (14 de julho), na Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT). As aulas, ministradas para magistrados e alunos, seguem até quarta (16), no formato presencial e são realizadas em parceria com a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).
Na manhã desta segunda, o curso foi aberto pelo juiz auxiliar da Esmagis-MT e professor de Filosofia, Gonçalo Antunes de Barros Neto, que apontou que a Escola investe maciçamente em ações que resultem na evolução do pensamento crítico do magistrado.
“Esse curso é imprescindível para elevar o nível intelectual dentro da quadra do magistério aqui na Esmagis-MT. Ele eleva o conhecimento e a capacitação daqueles que estarão à frente da sala de aula na disseminação do conhecimento. É um curso que promove a unidade de pensamento crítico, bem como unidade de comportamento e encaminhamento, de forma que os objetivos sejam sempre os mesmos, alcançando as metas exigidas e requeridas ao Judiciário.”
As aulas são ministradas pelo professor pedagogo do Superior Tribunal de Justiça e diretor da Escola de Consensualidade do TRF1, Fernando de Assis Alves, e pelo juiz federal no Rio de Janeiro e professor da Enfam, Vladimir Santos Vitovsky.
Alves destaca a imprescindibilidade do curso para a magistratura, classificando o Fofo como um dos mais importantes oferecidos pela Enfam, buscando tornar a magistratura mais humana, por meio do aperfeiçoamento da prestação jurisdicional. “Quão mais bem preparados estão os magistrados atualmente, melhor. O mundo está em constante evolução e nós precisamos superar o imaginário social de que o magistrado detém todo o conhecimento. É preciso que ele tenha a formação inicial e preparatória para o exercício judicante e, depois, é necessário que haja o processo de atualização permanente. E cursos oferecidos por formadores de fato preparados para trabalhar com competências que são de média e alta complexidades são imprescindíveis. O Fofo atua, exatamente, no desenvolvimento de competências para que essa formação continuada seja efetiva.”
O professor Vitovsky aponta o fato de o curso representar mudança de paradigma na formação judicial. “Dentro do Judiciário, estamos acostumados com a formação característica das faculdades de Direito e o Fofo trabalha nessa ruptura. As escolas judiciais precisam formar magistrados e servidores para atuarem dentro do próprio Poder Judiciário. Um contexto muito específico, pois é uma formação em serviço, então por isso que a gente fala que é uma mudança de paradigma, sai daquela educação que é mais passiva, apenas de receber conhecimento, de memorização, para um conhecimento que vai além do saber, que é também uma exceção. Uma execução, uma habilidade, um saber-fazer e, sobretudo, um saber-ser, um saber-conviver, mais relacional. Então, a gente faz essa mudança completa de paradigma, com outras metodologias, com outras práticas de ensino e aprendizagem.”
Este é o primeiro dos três módulos que compõem o Nível 1 do Fofo. O cronograma prevê ainda o módulo dois, que será em julho, em formato virtual (EAD) com carga horária de 40 horas/aula. Na sequência, terá ainda o terceiro e último módulo com 16 horas/aula, a ser realizado presencialmente e que está marcado para agosto.