Por falta de recursos, a obra de duplicação da rodovia MT-040 - que liga Cuiabá a Santo Antônio de Leverger (35 quilômetros, ao sul da Capital) - está paralisada há quase dois anos e não há qualquer previsão para a retomada dos trabalhos. A obra foi lançada pelo Governo do Estado em 2010.
A previsão era de que os trabalhos fossem concluídos um ano depois. Mas, já em 2012, o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) determinou a suspensão do pagamento dos trabalhos à empreiteira Dínamo, responsável pela duplicação.
A decisão foi tomada após uma fiscalização interna da instituição após denúncias de irregularidades feitas pela Ong Moral. À época foram constatadas irregularidades, como asfalto de péssima qualidade e buracos no trecho duplicado. A suspensão do pagamento ocorreu até a correção das falhas.
Porém, conforme a Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), os serviços ainda não foram retomados por falta de verba. “A Septu está buscando colocar a obra no MT Integrado”, informou o órgão estadual por meio da assessoria de imprensa.
Ao todo, está prevista a duplicação de 23,1 quilômetros. Pelo projeto inicial, a obra é dividida em três etapas. Na primeira, a duplicação vai do cemitério Parque Bom Jesus, próximo ao bairro Parque Cuiabá, até a Rodovia dos Imigrantes. Este trecho compreende uma extensão de 4,3 quilômetros e é um dos pontos abandonados.
O segundo trecho vai da Rodovia dos Imigrantes até as proximidades da área onde está sendo construído o Hospital Universitário, com extensão de mais 5,1 Km. O último lote fica entre hospital até a entrada de Santo Antônio compreendendo de cerca de 13,7 quilômetros, que também precisam ser concluídos.
O custo inicial da obra é da ordem de R$ 26,6 milhões. Destes, pouco mais de R$ 9 milhões já foram repassados à empresa contratada. Apenas 9 quilômetros foram concluídos. Com os trabalhos parados, a própria Setup reconhece que praticamente todo o serviço terá que ser refeito.
Porém, o órgão estadual garante que quem arcará com o prejuízo será a empreiteira responsável. Segundo a assessoria da Setpu, todas as obras em rodovia têm garantia de cinco anos e, durante esse período, a empresa tem a obrigação de manutenção sem ônus para o poder público.
Além de visitantes e turistas, a conclusão da duplicação beneficiará comunidades, como Morrinho, Varginha, Nova Esperança, Pequizeiro, loteamento Country Club, Nova Liderança, Peixinho entre outras. “A obra está parada há muito tempo e tem causado muitos transtornos. A conclusão da duplicação é uma necessidade urgente”, disse a sitiante Maria Aparecida Lacerda.
Na manhã da última terça-feira, ela e o marido ficaram parados na estrada por causa de um pneu estourado. “O pneu da caminhonete estourou por causa de um buraco. Essa obra era para trazer benfeitorias para a gente, não prejuízo”, lamentou.