Os debates para concessão dos 1.082 km de rodovias proposto pelo Governo do Estado tiveram início com audiências públicas realizadas nos municípios de Juína e Juara, 769 Km e 507,55 km distantes da capital respectivamente. O evento apresentou detalhes dos 197,51 quilômetros das MTs 170, 220 e 325.

O modelo proposto prevê a restauração do pavimento das rodovias pelo Governo antes do processo de concessão como premissa de investimento e a aplicação de recursos públicos. A estimativa é de cerca de R$ 400 mil por quilômetro. Essa medida foi definida para impactar diretamente na redução tarifária. O investimento concessionário engloba a construção das praças de pedágio e das bases operacionais e o panorama financeiro é de cerca de R$ 14,5 milhões.

As despesas operacionais são estimadas em aproximadamente R$ 17,7 milhões anuais. Estão previstos a prestação de serviços de duas ambulâncias equipadas para o socorro médico e duas unidades de caminhão guincho, uma para veículos leves e outra para pesados. O operacional rodoviário também inclui a restauração e revitalização do pavimento após o segundo ano de concessão e a cada quatro anos ao longo do período de 30 anos da administração privada. Nessa perspectiva, representantes do setor agrícola do município de Juara sugeriram a contemplação de balanças móveis de pesagem ao longo da rodovia.

Outro ponto explanado durante o evento foi à metodologia da contagem de tráfego, fator preponderante para viabilidade da concessão. A contagem foi considerada durante sete dias consecutivos no mês de janeiro deste ano e chegou ao número do Volume Diário Anual (VDMA) de 8.100 eixos. Esse dado é o elemento principal para estimar panoramas de receitas e definir a tarifa básica de pedágio. O estudo prevê quatro praças de cobrança ao longo dos 197,51 km, duas na MT-170, uma na MT-220 e a ultima na MT-325. O valor tarifário para cada praça é estimado em R$ 4,10 por eixo.

Durante a audiência no município de Juína, a sugestão foi à inclusão do trecho de 107 km da rodovia MT-170 que da acesso ao município de Brasnorte. A via é um dos corredores econômicos alternativos da região e segundo o engenheiro civil, Paulo Emílio Queiroz, representante da empresa Consult Engenharia, responsável pelo desenvolvimento do projeto, "a proposta é viável e benéfica. Essa idéia é perfeitamente cabível. Ela viabiliza ainda mais o projeto, inclusive acarreta na diminuição do valor do pedágio pelo fato de aumenta o fluxo de veículos dentro da rota concessionada”, diz.

A próxima etapa é nos municípios de Porto dos Gaúchos e Itanhangá para apresentação dos estudos de viabilidade técnica, econômica, financeira e social referentes à concessão da MT-388, conhecida como Estrada da Baiana. Participaram das audiências, membros do executivo e legislativo municipal, do ministério público estadual, associação comercial, produtores da região do Vale do Arinos e Juruena e sociedade civil organizada.