O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), E.S, é acusado por duas de suas filhas, em inquéritos instaurados pela Polícia Judiciária Civil (PJC), tendo uma delas acionado o pai na Lei Maria da Penha. Há ainda uma acusação feita por uma ex-companheira do magistrado, a qual ele ameaçou dizendo ter ‘contatos’ por já ter sido preso, após desentendimentos do então casal. As acusações contra o magistrado foram feitas pelas filhas A.C.V.S e D.L.S.G.R. Em uma delas, E.S é acusado de calúnia e injúria por uma delas, que relata ter um relacionamento complicado com o pai.
Segundo o relato, ela teria chegado 15 minutos atrasada, em casa, quando passou a ser ofendida pelo desembargador aposentado. A filha apontou que ao chegar na residência, o pai estaria bebendo uísque e passou a chamá-la de “gorda”, insinuando que a mesma “estaria com homem” e, por fim, pegou o celular dela e o jogou no chão.
Ela, que é advogada, relatou também que por conta de divergências em relação a salários pagos por ele no escritório que mantém, por conta de ações em que ela atuou, passou a ofendê-la. Entre as ofensas, estavam palavras que atingiam a autoestima da filha, além de acusações de que ela teria copiado uma peça de um processo e até mesmo a acusação de roubo de um HD do escritório.
A advogada relatou ainda que o desembargador aposentado seria alcoólatra e agressivo com ela, relato semelhante ao feito pela irmã, em um dos inquéritos. Em depoimento, E.S afirmou que a filha seria ciumenta e que nunca teve problemas com álcool.
Ele relatou ainda que a vítima faz tratamento psiquiátrico e psicológico, sugerindo até mesmo que ela possui comportamentos bipolares. Segundo o magistrado, a acusação contra ele se deu apenas após o rompimento de um contrato de trabalho.
O relato da filha, no entanto, é semelhante a um feito pela ex-companheira do desembargador aposentado. Em um inquérito que também tramita na PJC, uma amiga da mulher conta que o casal conviveu cerca de 8 meses e que o magistrado bebia muito.
Em setembro de 2022, a testemunha relatou ter recebido um telefonema da amiga, contando que o magistrado havia avançado no então enteado. A mulher teria relatado a amiga que seu filho estava passando o dia com ela, quando E.S, supostamente alcoolizado, pegou uma máquina a de cortar cabelo e dizia que iria cortar o cabelo do adolescente e o chamava de "bichinha".
Ela tentou defender o filho, quando foi agredida pelo desembargador aposentado com empurrões. Por conta do episódio, ela saiu da casa e passou a receber mensagens de E.S com ameaças, dizendo que iria matá-la, bater nela e que ele conhecia muita gente importante.
Mesmo com uma medida protetiva, o desembargador aposentado tentava entrar no apartamento onde o casal morava, o que fez com que a vítima optasse por se mudar do local. Ela levou objetos que o desembargador aposentado havia a presenteado, como por exemplo, um relógio Rolex.
A amiga contou, em depoimento, que E.S gostava de presentear a ex com coisas caras, roupas de marcas e viagens ao exterior. No entanto, ex-companheira do magistrado havia vendido um carro para utilizar parte do dinheiro para comprar euros, passando a usar um carro cedido por ele.
Após a separação, a mulher contou ter permanecido com o veículo, mas que o desembargador aposentado passou a ameaçá-la, caso ela não o devolvesse. Entre as ameaças, estava o de que ele iria mandar “dar uma surra” no filho adolescente da mulher, dizendo ainda que, por já ter sido preso, teria ‘contatos’. Por fim, ele ainda chamou a ex de “vagabunda, puta, substrato de prostituta, regaçada, buxuda, arrombada”, tendo ainda a acusado de roubar o relógio e euros dele.
Operação Asafe
E.S foi preso em setembro de 2018 pela Polícia Federal, após ter sido condenado a seis anos de prisão, mas conseguiu progressão da pena e saiu da prisão em fevereiro de 2020. Ele era investigado por venda de sentenças e o caso veio à tona após a deflagração da Operação Asafe, em maio de 2010. Em um dos casos, o desembargador cobrou propina para manter um prefeito no cargo no período em que estava no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT).
Zé Loco
Quarta-Feira, 18 de Outubro de 2023, 10h29Observador
Quarta-Feira, 18 de Outubro de 2023, 10h26rodolfo
Quarta-Feira, 18 de Outubro de 2023, 08h54Oi to
Quarta-Feira, 18 de Outubro de 2023, 08h21Rafael
Terça-Feira, 17 de Outubro de 2023, 23h39´Pensador
Terça-Feira, 17 de Outubro de 2023, 22h42´Pensador
Terça-Feira, 17 de Outubro de 2023, 22h42Plinio
Terça-Feira, 17 de Outubro de 2023, 22h31Se fosse Policial?
Terça-Feira, 17 de Outubro de 2023, 21h59ROBERTÃO
Terça-Feira, 17 de Outubro de 2023, 20h59