O sistema de garrafões exclusivos de água mineral tem a aprovação dos principais distribuidores da Capital, por causa da qualidade dos vasilhames e da facilidade de troca com as indústrias. Esta é a avaliação da maioria dos postos de revenda no estado, conforme consulta recente feita em função do Projeto de Lei 1622, do deputado Diego Guimarães, que pretende proibir o uso dos vasilhames exclusivos.

Se os exclusivos forem proibidos, haverá prejuízos aos consumidores e distribuidores, que terão que arcar com os custos da troca dos garrafões, que hoje é gratuita. A gestora de uma das principais distribuidoras de água mineral da Capital, a Papaléguas Gás e Água com 25 anos no mercado, Letícia Lima, confirma que os garrafões exclusivos tem melhor qualidade e facilitam as trocas. “Eu trabalho com duas indústrias de garrafões exclusivos e com outra que usa garrafões compartilhados. Com as indústrias dos exclusivos, a troca é mais fácil, pois são as produtoras dos garrafões que não são compartilhados, sem qualquer problema para os revendedores ou consumidores”.

Letícia afirma que não existem reclamações dos clientes, pois eles nunca são prejudicados ou impedidos de comprar determinada marca. “Se o cliente chega com garrafão da associação e quer comprar das indústrias de exclusivos, eu recebo e faço a troca normalmente. E da mesma forma, se o cliente chega com garrafão exclusivo e quer a água de uma indústria que não usa esse sistema, ele não será penalizado de forma alguma. Todo esse trâmite de troca é feito normalmente entre os distribuidores e as fontes sem qualquer problema para nós ou para o consumidor”, ressalta.

A gestora considera que o sistema de vasilhames exclusivos, de maior qualidade, facilitou também a gestão por parte das distribuidoras. “Para nós, enquanto revendas, melhorou muito a gestão deste intercâmbio pois a gente realiza as trocas diretamente com a empresa que produziu o garrafão e é responsável por ele. Nós conseguimos ter um controle muito melhor também da qualidade dos garrafões, pois as indústrias dos exclusivos mantém sempre garrafões novos, limpos e em perfeitas condições”.

RETROCESSO

Para Letícia Lima, a proibição dos garrafões exclusivos seria um retrocesso. “Vai voltar aquela confusão, quando apenas as grandes indústrias mantinham garrafões de qualidade, substituíam com frequência mesmo antes do vencimento. As demais, que usavam os garrafões compartilhados, tem pouca produção e não substituem os vasilhames com a mesma frequência. E os rótulos saíam facilmente, dificultando a identificação, pelo consumidor, da indústria responsável”, disse. 

Os revendedores preveem elevação dos preços finais ao consumidor, haja vista que as empresas não irão mais trocar gratuitamente os garrafões no mercado e vão vender os seus vasilhames aos distribuidores nos casos de vencidos, quebrados ou danificados. Ou seja, o ônus do fim do sistema exclusivo vai ser passado para o ponto de venda, que fará a reposição por conta própria e consequentemente terá que repassar o custo para o consumidor final. 

“Esse projeto pode gerar um retrocesso para o mercado e para o consumidor. Se está bom para o cliente, se não há reclamações, se está bom para os distribuidores também, melhorando a gestão, não vejo qualquer motivo para a mudança. O ideal seria cada marca investir em garrafões exclusivos, pois teriam absoluto controle da qualidade e as trocas seriam facilitadas”, sugeriu.