O número de mortes em decorrência ao novo coronavírus dobrou na primeira semana de julho se comparado ao mês de junho. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde os óbitos passaram de 15 para 31 mortes por dia.
A escalada drástica de óbitos acontece no mesmo período em que os hospitais públicos e privado enfrentam um colapso com a indisponibilidade de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para tratar pacientes em estado grave da doença. A taxa de ocupação já é de 100% há pelo menos uma semana.
A técnica de enfermagem Rosilei Rech foi uma das vítimas que acabou falecendo sem conseguir uma vaga na UTI após ser internada em estado grave no município de Colíder (a 633,6 quilômetros da capital). “A gente não tinha médico para ala do Covid, então minha mãe ficou desamparada dentro da unidade”, lamentou Kezia Marques, filha da profissional que atuava na linha de frente da pandemia.
A situação não é diferente para os pacientes que tentaram um leito através das vias judiciais. Luciana Gomes de Souza, de 76 anos, chegou a conseguir uma liminar na justiça, no entanto, acabou morrendo antes de ser transferida para uma UTI. Além disso, vale ressaltar que atualmente mais de 70 pessoas infectadas com o vírus também aguardavam por uma vaga.
Diante do cenário caótico, os médicos apontam que as estratégias de combate a pandemia não vêm sendo tratada da maneira correta, o que tem colaborado para que a maior parte dos infectados cheguem aos hospitais em estágio avançado da doença.
Neste domingo (5), a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), confirmou 21.081 casos e 821 óbitos por Covid-19.
A médica infectologista Márcia Hueb aponta que o descontrole da doença vem colaborando para superlotação dos hospitais. “Quando a velocidade dos casos e a velocidade dos óbitos entram nessa proporção, é um sinal de que a assistência médica necessária não está alcançando os pacientes que precisam”, explicou.
KIT COVID
O Governo de Mato Grosso adquiriu grande quantidade de lotes dos medicamentos que compõem o chamado “kit-covid” para distribuir aos 141 municípios de Mato Grosso e, assim, permitir o tratamento precoce dos pacientes com coronavírus.
A Prefeitura de Cuiabá também anunciou na última semana adotará a estratégia. Entre os remédios do Kit Covid está a hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina. A prescrição, segundo o governador, caberá ao médico.
Além disso, o governador Mauro Mendes (DEM) afirma que pretende abrir 100 novos leitos de UTI em todo o Estado. Já na capital, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) entregar 40 novas vagas para tratar os pacientes graves.
Sociedade
Segunda-Feira, 06 de Julho de 2020, 18h29Guga
Segunda-Feira, 06 de Julho de 2020, 17h36