A pedagoga Josiany Duque Gomes Simas que está sendo investigada por supostamente financiar atos golpistas que culminaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, é uma das candidatas de Cuiabá eleitas para compor o 1º Conselho Tutelar da Capital. As eleições para ocupar as 60 vagas no município, sendo 30 titulares e 30 suplentes foram realizadas no domingo (1º) com o salário de R$ 6.812,47.

Conforme edital, o processo de votação é uma das fases para a aprovação do candidato. Os 60 selecionados ainda passarão por avaliação psicológica e capacitação. A posse está prevista para 10 de janeiro, e a nova composição terá mandato de quatro anos. A eleição ocorreu em 43 escolas de Cuiabá e contou com mais de 24 mil participantes.

O Conselho Tutelar tem a missão de atender a crianças e adolescentes cujos pais faltem ou ofereçam risco à sua formação, além de fornecer proteção em situações de abuso. Por ser um órgão autônomo e permanente, também fiscaliza outros órgãos e instituições. 

O nome Josiany está na lista de investigados por patrocinarem os atos antidemocráticos e foi arrolado pela Advocacia-Geral da União (AGU) em ação civil pública no Tribunal Federal da Primeira Região (TRF1) que bloqueou mais de R$ 26 milhões de 54 pessoas, uma associação, um sindicato e 3 empresas. Além disso, ela também está arrolada no inquérito 4879 (sob segredo de justiça), que começou a investigar atos antidemocráticos ainda antes do 8 de janeiro.

Nas redes sociais, a pedagoga se declarava apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e postava frases com jargões usados na campanha dele, como Deus, Pátria, Família e Liberdade. Ela também postou vídeos e fotos em manifestações realizadas em Cuiabá a favor do político.

Além disso, também concorreu às eleições de 2018 e 2022 ao cargo de deputada federal. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral, no primeiro pleito, ela estava filiada ao Partido Pátria Livre (PPL). Ela ficou em 4º lugar com 445 votos.