O Juizado Especial Criminal de Cuiabá (Jecrim) realiza a primeira audiência coletiva de 2014 nesta quarta-feira, a partir das 9h30. Mais de 100 pessoas que respondem processos na Justiça por envolvimento com drogas (posse, porte ou consumo) foram intimadas a comparecer. No mandato, fica consignado que o comparecimento de familiares também é importante. O Juizado funciona na avenida Getúlio Vargas, 450.
O objetivo da audiência é mostrar aos usuários os problemas causados pelo uso de drogas e disponibilizar a eles opções de tratamento. Logo no início eles assistem a um vídeo institucional sobre drogas, depois são entrevistados individualmente.
Aqueles que estão dispostos a se recuperar são encaminhados para tratamentos em comunidades terapêuticas, grupos de apoio, como os Narcóticos Anônimos, Alcoólicos Anônimos e aos Centros de Apoio Psicossocial (Caps). Quem precisa, recebe tratamento ambulatorial, outros, dependendo da situação, são internados. Todos têm acompanhamento do Núcleo Psicossocial do Jecrim.
O prosseguimento das audiências este ano deve-se aos resultados positivos de 2013, quando o Jecrim realizou entre outubro e dezembro seis encontros, com uma média de 25 participantes, além dos familiares, em cada audiência.
Do total de pessoas que participaram das audiências, 100 foram encaminhadas para tratamento e grupos terapêuticos. A juíza responsável pelo Jecrim, Ana Cristina Silva Mendes, ressalta que esse número é pequeno se comparado à quantidade de procedimentos que tramitam no Juizado, mas representa um avanço, “se levarmos em consideração que são vidas se refazendo, famílias se reconstruindo”, diz a magistrada.
As vagas ofertadas em comunidades terapêuticas têm sido obtidas por meio da destinação de verbas oriundas de transações penais para essas entidades, desta maneira a parceria firmada entre as comunidades terapêuticas e o Jecrim acaba por gerar o autofinanciamento dos tratamentos.
Conforme a magistrada, desde que as audiências tiveram início, o número de participantes tem aumentado, principalmente quando a Justiça passou a chamar também a família do usuário, para que ela pudesse acompanhá-lo às audiências.
“A participação da família faz toda a diferença. Ela convive com o dependente no dia a dia, sabe das suas recaídas, das suas dificuldades. A família é a principal interessada na recuperação dessa pessoa, ela tem papel fundamental, por isso é chamada a participar. Pela experiência, posso dizer que estamos no caminho certo”, acredita a juíza.