O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, deu 5 dias para a Polícia Judiciária Civil (PJC) designar uma perícia médica em João Batista Vieira dos Santos, o “Tatu da PCE”. Em setembro de 2022 ele liderou um núcleo do “Comando Vermelho” responsável por cavar um túnel para a fuga de presos da Penitenciária Central do Estado (PCE), na Capital. De acordo com informações de um incidente de sanidade mental, ingressado por João Batista Vieira dos Santos, a PJC estaria adiando a realização da perícia de forma propositada para extrapolar o período máximo da realização do exame.
O magistrado concordou com os argumentos do réu. “O réu já foi submetido a tratamento psiquiátrico e internação no passado, bem como prestou, quando da audiência de instrução e julgamento, depoimento por vezes irracional e desconexo. Assim, em face da dúvida acerca da integridade mental do acusado, visualiza-se a necessidade de instauração de incidente de insanidade mental, devendo o requerido ser submetido a exame médico legal”, reconheceu o magistrado.
Com a determinação da realização de uma perícia médica, o processo criminal contra o réu fica suspenso. Informações do processo revelam que 12 pessoas (9 adultos e 3 adolescentes) ocuparam uma casa que fica a 200 metros da PCE, em Cuiabá, com o objetivo de cavar um túnel para facilitar a fuga de líderes do Comando Vermelho – entre eles, “Sandro Louco”.
A PJC descobriu o plano em setembro de 2022, e revelou que um GPS era utilizado para definição das coordenadas da empreitada criminosa. “As coordenadas constantes no GPS encontrado em poder dos acusados eram destinadas ao RAIO 06, entre os cubículos 6 a 8 da PCE, local onde se encontram recolhidos ao tempo do crime os principais líderes do Comando Vermelho de Mato Grosso, dentre esses Sandro da Silva Rabelo, Baltazar Luz de Santana, Renildo Silva Rios, Rudney Rodrigues Santos, Toleacyl Natalino da Costa, Leonardo Santos Pires e Lindomar Rodrigues”, revelou as investigações.
A PJC revelou ainda que o túnel já tinha 30 metros quando foi descoberto, e que os três adolescentes que estavam no grupo de suspeitos eram responsáveis por “cavar” e “cozinhar” para o resto do bando.