O juiz Wladymir Perri, que atuava na 12ª Vara Criminal de Cuiabá, revelou junto à Coordenadoria Militar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) que poderia ter sido alvo de um atentado que não deu certo. O motivo seria a ida do servidor da Corte, Mauro Viveiros Filho, a uma sessão de julgamento na semana passada em que o magistrado estaria e que acompanharia a votação de um recurso referente à ação penal que investiga justamente a morte do irmão do funcionário, o cantor Ramon Alcides Viveiro.
Ramon Alcides Viveiros morreu após ser atropelado pela bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro. Além dele, a estudante Myllena de Lacerda Inocêncio também faleceu, enquanto Hya Girotto Santos ficou ferida no acidente.
Responsável por julgar o caso, o juiz Wladymir Perri inocentou a suspeita, que considerou que, por mais que a motorista houvesse consumido álcool antes de pegar o volante, as três vítimas contribuíram para o atropelamento por, segundo o juiz, atravessarem a via de forma irresponsável. O pai de Ramon, o procurador aposentado do Ministério Público (MPE), Mauro Viveiros, defendeu a anulação da absolvição da bióloga e revelou uma suposta “vingança” do juiz Wladymir Perri contra ele.
Um recurso foi então colocado em pauta no início do mês na Segunda Câmara Criminal do TJMT, para tentar anular a absolvição. Em um documento protocolado junto à Coordenadoria Militar da Corte e endereçado à coronel Jane de Souza Melo, o magistrado apontou que teve conhecimento de que Mauro Viveiros Filho, que é servidor do TJMT e atua como chefe de gabinete do desembargador João Ferreira, teria tentado entrar armado na sessão de julgamento da Segunda Câmara Criminal.
Wladymir Perri alega que poderia estar no local. “Considerando que nessa sessão cogitei estar presente, e considerando que venho recebendo constantes ameaças até os dias atuais, instigado pelo assistente de acusação daquele processo, qual seja, pelo individuo, Mauro Viveiros, coincidentemente, pai do servidor que teria ou estaria armado. Outrossim, considerando que noticiei que estaria presente as pessoas próximas do meu convívio, acredito que poderia ter vazado essa minha manifestação e, consequentemente, gerado o fato do servidor encontrar armado, cujo acredito que poderia ser potencial vítima, já que desde ano 2022 venho sofrendo constante ataques pelo Ministério Público e do citado individuo, cujo a coragem deste último limita apenas na instigação aos outros para ofensas e ameaças. Por fim, a providência solicitada busca levar conhecimento aos meus superiores hierárquicos e demais autoridades.” afirmou.
ADVOGADOS MORTOS
Em resposta, a Coordenadoria Militar apontou que, no dia 3 de julho, um militar que estava de serviço percebeu que Mauro Viveiros Filho portava uma arma de fogo ao passar pelo detector de metal, tendo sido acompanhado até o plenário em que ocorreria a sessão de julgamento da Segunda Câmara Criminal, e que, após isso, foi devidamente desarmado. À ocasião, o servidor apresentou a documentação válida, sendo o registro até 21 de agosto de 2028 e o porte até 09 de dezembro de 2025, e que o fato foi informado à Presidente do TJMT, desembargadora Clarice Claudino da Silva.
O magistrado então voltou a peticionar junto à Coordenadoria Militar, pedindo informações complementares sobre o episódio, relatando que acredita ser um possível alvo de atentado, citando até mesmo os casos dos assassinatos dos advogados Roberto Zampieri e Renato Gomes Nery, ocorridos em dezembro de 2023 e no início deste mês, respectivamente. “Visando melhor esclarecimento sobre os fatos, já que vislumbro como sendo possível alvo de um atentado contra a minha vida, eis que, desde quando julguei o processo do irmão do funcionário do Poder Judiciário (Sr. Mauro Viveiro Filho ), cujo encontrava armado na sessão de julgamento recursal, perante esse egrégio Tribunal de Justiça, não cessaram nenhuma ameaças contra a minha pessoa, justamente, porque instigam a população para que a qualquer momento algum psicopata crie a mesma coragem, cujo aconteceu com a morte do advogado Renato Gomes Nery, eis que, de tanto a mídia fomentar o assassinato, caso Zampieri, quiçá, estimulou alguém agir da mesma forma, vale dizer, ter assassinado Renato Gomes Nery, talvez, agora a próxima a vítima sendo este subscritor, em face do ódio de não ter aceitado a minha decisão”, diz a petição.
Wladymir Perri solicitou ainda que, caso aconteça algo com ele, que os fatos devem ser investigados por algum órgão federal, de preferência, pela Procuradoria da República, tendo em vista que, supostamente, o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) estaria ‘comprometido’, requerendo ainda informações sobre o motivo pelo qual Mauro Viveiros Filho estaria armado naquele dia. “É que, desde então só contam inverdades, inflamando a população, cujos documentos ameaçadores encontram todos arquivados, inclusive, deixando registrado se algum mal vier acontecer contra minha pessoa, primeiramente, seja investigado por algum órgão federal, segunda, seja feita pela Procuradoria da República, eis que o Ministério Público de Mato Grosso é comprometido com então Procurador Justiça aposentado, o também indivíduo Mauro Viveiros. Dessa forma, venho a solicitar se há algum registro nessa Coordenadoria Militar, cujo esse indivíduo Mauro Viveiro Filho tenha formalizado, seja pelo que crime for, a ponto de justificar, naquele dia, especificamente do julgamento do recurso, desse indivíduo encontrar armado naquela sessão de julgamento”, finalizou o magistrado.
Henrique Barros
Quarta-Feira, 17 de Julho de 2024, 11h10paulo roberto
Quarta-Feira, 17 de Julho de 2024, 09h47Hobbes
Quarta-Feira, 17 de Julho de 2024, 08h56Joao
Quarta-Feira, 17 de Julho de 2024, 08h20Pedro
Quarta-Feira, 17 de Julho de 2024, 07h10Comentarista
Quarta-Feira, 17 de Julho de 2024, 07h02Victoria
Terça-Feira, 16 de Julho de 2024, 22h36JOSEH
Terça-Feira, 16 de Julho de 2024, 19h52