A juíza Helícia Vitti Lourenço, do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo), comparou o vídeo dos “cobradores do chicote” com a crucificação de Jesus Cristo e qualificou o crime como “bárbaro” e “retrocesso da humanidade”. A análise foi feita ao expedir os mandados de busca, apreensão e prisão do grupo envolvido em extorsão e cobranças com chicote no Estado.
A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá cumpriu, na quarta-feira (20), 11 mandados de prisão e de busca contra um grupo de seis homens investigado pelo crime de extorsão mediante restrição de liberdade. A vítima foi um vendedor de joias, identificado como L.J.E.S., que recentemente anunciou falência e e era conhecido por comercializar produtos para elite de Mato Grosso e demais estados.
Ele foi espancado em maio deste ano por um grupo de cobradores que usou um chicote para cometer as agressões. Toda a ação foi filmada e divulgada em todo o país.
Conforme a Polícia Civil, aparecem nas imagens: Sérgio da Silva Cordeiro, José Augusto Figueiredo e Benedito Luiz Figueiredo e Guilherme Augusto Ribeiro. Todos estão foragidos e devem se apresentar a Justiça na próxima semana.
Para a juíza a cena, é "um ato bárbaro e violento, que aponta um retrocesso da humanidade". “Não bastasse, a atuação dos representados, quiçá agindo como “justiceiros”, quiçá para divulgar nas redes sociais os seus métodos medievais, associados à crucificação de Jesus Cristo, divulgam a suposta formação de um grupo paralelo de atuação especial de cobranças de dívidas. Ora, essa prática delituosa merece ser prontamente cessada, sem maiores delongas, notadamente quando preenchidos todos os requisitos para o decreto da prisão preventiva”, destacou a magistrada.
Em sua decisão, a magistrada individualizou a conduta de cada um dos executores do crime onde Benedito usando um chapéu, desfere um tapa na face da vítima e junto com Sérgio prestam auxílio direito a José Augusto que, com um chicote açoita a vítima, com várias chicotadas, enquanto Guilherme assiste a cena como se fosse um “espetáculo circense”, “indigna”, “vexatória”, e “humilhante”, realizada em local público, em plena luz do dia. “O modus operandi, revela a gravidade concreta do crime, e como consequência, o grave abalo à ordem pública. Não se pode perder de vista que ambos afirmaram que seriam os credores, havendo indícios de que teriam atraído a vítima até o local em que executaram a “cobrança” violenta e humilhante”.
Tudo começou quando a vítima, L.J.E.S comprou uma corrente de ouro, com fecho cravejado de diamantes no valor de R$ 50 mil, de Rafael Geon de Souza, mas não efetuou o pagamento pela joia. O empresário então teria contratado o grupo de “cobradores” para resolver o problema.
De acordo com o delegado da Derf, Guilherme de Carvalho Bertoli, vítima foi ameaçada pelos suspeitos em uma conveniência na Capital. As agressões físicas foram gravadas em vídeo pelos próprios criminosos e expostas na internet, no mês de agosto. O pai da vítima procurou a delegacia especializada no dia 04 de maio deste ano e declarou que o filho estava em poder do grupo criminoso, que exigia dinheiro para liberá-lo. O pai chegou a oferecer um veículo avaliado em R$ 80 mil, contudo, os criminosos disseram que a camionete não quitaria a dívida.
Na manhã de quarta-feira (20), os dois empresários Bruno Rossi Penazzo, de 38 anos, e Rafael Geon de Souza foram presos. No entanto, na tarde do mesmo dia Rafael foi solto pela Justiça de Mato Grosso por ter um filho de cinco anos autista e a mulher grávida de oito meses internada. Sérgio da Silva Cordeiro, José Augusto Figueiredo e Benedito Luiz Figueiredo e Guilherme Augusto Ribeiro continuam foragidos.
Kleberson cuiabano
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