Em Mato Grosso, a cirurgia cesariana programada continua sendo opção de grande parte das mães e médicos para partos, mesmo quando a gravidez não apresenta qualquer intercorrência que justifique o procedimento cirúrgico.
Em 2013, conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde(SES), foram realizados no Estado 32.245 partos, sendo 18.418 normais, dos quais 433 em mulheres com gravidez de alto risco; 12.993 cesarianos, dos quais apenas 1.532 foram casos de gestações de alto risco.
Aqui, assim como nas demais regiões do país, 40% das crianças nascem por meio de cesáreas. Sem meios de controle sobre os partos, especialmente realizados em maternidades privadas, esta semana o Ministério da Saúde baixou portaria invertendo a lógica dos primeiros atendimentos aos bebês.
A partir de agora, os procedimentos de rotina adotados após o nascimento do bebe, como exame físico, pesagem e outras medidas antropométricas, profilaxia da oftalmia neonatal devem ser realizados somente após o contato mãe e filho.
Em todos os hospitais da rede pública de saúde, o bebê saudável, com o ritmo respiratório normal, deve ser colocado sobre o abdômen ou tórax da mãe, em contato direto pele-a-pele, de acordo com sua vontade, em ambiente aquecido, para a primeira mamada.
Estudos comprovariam que essas medidas beneficiam a saúde da criança e da mulher, aumentando a chance de sucesso no aleitamento e diminuindo a chance de hemorragia uterina.
Na maior maternidade do Estado, o Hospital Santa Helena, em Cuiabá, onde pelo menos 800 partos são realizados ao mês, a maioria pelo Sistema Único de Saúde(SUS), a pediatra Isa Keila do Amaral Vieira, garante que esses procedimentos já são adotados.
Conforme Isa Keila, o contado pele a pele é realizada imediatamente após o parto, antes de laquear(cortar) o cordão umbilical, o bebe é colocado sobre o corpo da mãe, sem roupa, sem interferência da equipe. Ela destaca ainda que a cesariana deve ser uma indicação médica e nunca da família.