Mais de 700 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) devem deixar uma fazenda, localizada no município de Jaciara, a 143 km de Cuiabá, para reintegração de posse determinada pela Justiça. Os integrantes do movimento estão acampados no local há 60 dias e equipes da Polícia Militar, tropa de cavalaria e até um helicóptero do Centro Integrado de Operação Aéreas (Ciopaer) monitoram a área para cumprimento da decisão.
A desocupação estava prevista para ocorrer nesta terça-feira (1º) mas, segundo um dos líderes do MST, José Vieira, a retirada das famílias foi suspensa até sexta-feira (4) e uma área provisória deverá ser cedida ao grupo. “Estamos avaliando a transferência do nosso acampamento para uma propriedade que fica a 30 km do local em que estamos. Um grupo vai verificar a propriedade para decidirmos se vamos hoje ainda para lá”, explicou.
A proposta foi discutida em reunião entre líderes do MST com representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Casa Militar. Por meio da assessoria de imprensa, o superintendente regional do Incra, Giuseppe Vieira, disse que mantém diálogo com os trabalhadores para que a desocupação seja pacífica. Também declarou que discute junto à Prefeitura de Jaciara a destinação de uma área municipal ao grupo.
A Casa Militar não se manifestou sobre o assunto até a publicação da reportagem. De acordo com a direção do MST, o acampamento na fazenda reúne 789 famílias dos municípios de Campo Verde, Juscimeira, Dom Aquino, além de Jaciara.