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Médicos de 3 hospitais públicos gerenciados pelo Instituto Pernambucano de Saúde e Assistência Social (Ipas) estão há 4 meses sem receber salários e o atendimento aos pacientes pode ficar comprometido nos Hospitais Regionais de Alta Floresta, Colíder e Metropolitano (Várzea Grande). Profissionais relatam que o último repasse integral de valores da Organização Social de Saúde (OSS) para os especialistas ocorreu em outubro do ano passado.
Em novembro, conforme a denúncia, ocorreu o último pagamento e de forma parcial. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) desconhece a situação, mas garante que vai investigar.
Anestesistas das 3 unidades estão entre os profissionais que não recebem. Vinculados a Cooperativas dos Médicos Anestesiologistas do Estado Mato Grosso (Coopanest-MT), os especialistas ainda não falam em paralisar as atividades.
Porém, a administração destaca que cada vez menos anestesis-tas se disponibilizam para realizar o serviço. Além disso, a situação gera um déficit negativo para a instituição que mantém imóvel nas cidades do interior para receber os médicos que saem da Capital para atender nas outras cidades.
A Coopanest-MT arca ainda com o transporte.A cooperativa afirma que o Ipas se comprometeu a pagar assim que recebesse do governo do Estado, o que deveria ocorrer até hoje.
Na segunda-feira, os anestesistas se reú-nem em assembleia ordinária e devem discutir o assunto e as providências cabíveis. Os anestesistas que atendem no Hospital Metropolitano receberam pela última vez somente metade do salário, no mês de novembro.
Quinze médicos da especialidade integram o quadro de funcionários que tem a missão de realizar pelo menos 170 cirurgias por mês: 120 ortopédicas e 50 gerais, conforme relatório de contratação da SES.No mês passado, a Secretaria lançou ainda mutirões de atendimentos em vários segmentos da saúde.
A maioria dos procedimentos depende da presença de anestesista para ser realizada. O Hospital Regional de Colíder recebeu repasse parcial de 75% e os 15 médicos que atuam na cidade aguardam os valores em atraso.
Conforme a Coopanest-MT, a estrutura do interior não favorece o profissional em nada e os atrasos colaboram com o desinteresse em prestar o serviço. “Os médicos deixam suas casas e famílias para prestar o atendimento nas outras cidades”.
Outros 15 anestesistas da Coopanest-MT atendem no Hospital Regional de Alta Floresta. Nesta unidade, cerca de 35 médicos das outras especialidades ameaçam paralisar atividades por falta de pagamento.
Alegam estar sem receber há meses. O último pagamento efetuado ocorreu no dia 7 de março e somente 20% do valor de contrato. O Ipas assumiu a gerência do hospital no primeiro semestre de 2012 e desde então os funcionários sofrem com os atrasos.
OUTRO LADO
A SES afirma que encaminhará uma equipe para verificar a denúncia e relata que não há razão para atraso de 4 meses, pois a Secretaria pagou o Ipas até janeiro. A reportagem entrou em contato com a assessoria do Ipas, que não retornou as ligações.