Médicos contratados da saúde municipal de Cuiabá começaram a mostrar que o pedido de demissão coletiva não é um blefe. Nesta terça-feira (22) alguns profissionais já pediram para sair do cargo. A Unidade de Pronto Atendimento da Morada do Ouro, foi a primeira da lista, e já nesta manhã, está sem médico no pronto atendimento.

A ação comum dos médicos é dada, segundo eles, por conta de uma redução salarial de R$ 1.2 mil. O valor representa um prêmio, sobre o qual não é cobrado impostos, pago mensalmente pela Prefeitura de Cuiabá.

Atualmente 130 médicos atuam na capital, se distribuindo entre as policlínicas, UPA e unidades do Programa de Saúde da Família (PSF). Destes mais da metade são contratados (70%). E são justamente estes profissionais que começaram a pedir demissão.

De acordo com um médico que preferiu não se identificar, os profissionais que trabalham sob regimento de contrato são os mais afetados e por isso há a hipótese da demissão em massa, já que não compensa trabalhar, com uma redução tão significante do salário.

O médico ainda afirmou que a redução aconteceu não só no prêmio, mas também nos pagamentos dos plantões. “Antes cada plantão durante a semana saía por uma média de R$ 550 enquanto pelos plantões dos finais de semana o Município paga aproximadamente R$ 1 mil. Agora, os plantões semanais estão saindo por R$ 400, uma redução de R$ 150. Assim fica inviável trabalharmos”, frisou.

Os médicos contam também, que a redução não foi anunciada oficialmente. “O secretário fez o anúncio em uma conversa informal com um colega, e pediu que o comunicado fosse repassado aos demais profissionais. A atitude do secretário só mostra o desinteresse quanto à situação dos médicos da rede pública municipal”.

Na semana passada a Prefeitura abriu um processo seletivo para a contratação imediata de 40 novos médicos para atender às cinco policlínicas da cidade, além da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Região Norte (Morada do Ouro).

Outro Lado - A assessoria da Secretaria Municipal de Saúde informou que até o momento nenhuma demissão foi comunicada oficialmente. Afirma ainda que desconhece a situação e disse que estranha o fato, já que alega ter havido um reajuste salarial da categoria em fevereiro, com a aprovação do sindicato e o acompanhamento do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT).