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Os 2.500 trabalhadores do sistema de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande reúnem-se nesta sexta-feira em assembleia geral para aprovar ou não o indicativo de greve, prevista para começar na próxima semana. Com data-base em maio, a categoria reivindica 7,15% de reajuste salarial. Os empresários oferecem 4,65%.
Representante do Sindicato Patronal (STU), Ricardo Caixeta, afirma que os empresários não têm condições de oferecer um percentual maior aos funcionários do sistema. "O que estamos oferecendo é o que está na planilha, que para este ano traz uma projeção de aumento dos salários de 4,65%", argumentou.
Outro fator importante, segundo ele, é a queda na receita das empresas nos últimos 12 meses. "Hoje, recebemos menos que no ano passado, quando a tarifa era de R$ 2,95", afirmou. O preço atual da passagem é de R$ 2,80.
Além disso, segundo Caixeta, as empresas sofreram uma redução na arrecadação de 6% no mesmo período. “Enquanto isso, os custos das empresas aumentaram 7%. Acho difícil chegar a um acordo", afirmou.
Por isso, ele não descarta a possibilidade do impasse ser resolvido apenas pela Justiça do Trabalho em dissídio coletivo, a exemplo do que ocorreu ano passado quando a categoria paralisou as atividades por dois dias.
A greve ou não será decidida pelos motoristas e demais funcionários que atuam no sistema, em assembleia geral, que ocorre hoje pela manhã (às 9 horas) e à tarde (15 horas). Caso aprovada, a paralisação começa na terça-feira, após a publicação do edital de comunicação e o cumprimento do prazo legal de 72 horas.
Porém, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Ledevino da Conceição, aponta outras formas de tentar pressionar os empresários e fazer com que as reivindicações sejam atendidas. Entre elas, paralisação durante os jogos da Copa do Mundo e aos fins de semana.
Conforme Ledevino, a princípio a ideia é que o pessoal do primeiro turno circule normalmente até às 12 horas. A partir deste horário, quando começa a troca de turno, os veículos começarão a ser recolhidos nas garagens. Com isso, serão mantidos apenas os 30% da frota, conforme previsto por lei. “Mas, tanto a greve quanto os protestos ainda têm que ser discutidos com os trabalhadores”, ponderou.
Além do aumento salarial, os trabalhadores cobram reajuste da bonificação dada aos motoristas, que hoje é de R$ 220,00, ticket alimentação no valor de R$ 400,00, disponibilização de três camisetas (para trabalho) por ano ao invés de duas e que o curso para motorista passe a valer como horas trabalhadas. Fora os 7,15% exigidos, o impacto das demais reivindicações nas despesas das empresas é de R$ 500 mil ao mês apenas em relação à Cuiabá, segundo Caixeta.