O Ministério Público do Estado (MPMT) abriu um inquérito para investigar o agente de trânsito G.A., que atua no município de Rosário Oeste (103 km de Cuiabá). De acordo com o órgão ministerial ele teria transferido a propriedade de uma das motos mais potentes do mercado – uma Kawasaki/Ninja ZX-10R, de 998 cilindradas -, a um terceiro que não era proprietário do bem.
A promotora de justiça Luane Rodrigues Bomfim assinou a portaria que oficializou a investigação na última quinta-feira (2). De acordo com informações do documento, o servidor contou com a ajuda do despachante S.E.S., que atua do município de Campo Verde (136 KM de Cuiabá), para realizar a transferência da moto no ano de 2015.
“[O suspeito] realizou, em maio de 2015, no bojo do Processo de Transferência a auditoria, lacração e emitiu Certificado de Registro de Veículo – CRV de forma irregular, procedendo à transferência do veículo motocicleta Kawasaki/Ninja ZX-10R, cor verde [...] à pessoa estranha à Autorização para Transferência de Propriedade de Veículo – ATPV, além de contar com a participação do despachante credenciado do órgão de trânsito”, revelou a promotora de justiça.
Um dos indícios que levaram suspeita ao agente de trânsito foi a utilização da Kawasaki Ninja, pelo seu verdadeiro dono, num negócio que envolveu uma Mitsubishi Pajero. A moto seria dada como parte do pagamento do veículo de luxo, porém, um ano após ter feito a troca, o ex-proprietário da Pajero ainda não havia recebido o bem.
OPERAÇÃO FALSÁRIOS
Na portaria, a promotora de justiça pediu informações à Polícia Judiciária Civil (PJC) sobre a possível existência de inquéritos abertos contra G.A. Ele já foi preso no ano de 2016 como um dos alvos da operação “Falsários”, que apura justamente a ocorrência de fraudes no Detran.
“Expeça-se ofício à Polícia Judiciária Civil, por meio eletrônico, solicitando, no prazo de 10 dias úteis, informações acerca da existência ou não de Inquérito Policial instaurado em face do Servidor Estadual do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran), sr. G.A. a fim de investigar o processo irregular de Transferência de Veículo [...] bem como que informe se a Operação Falsários deflagrada no ano de 2016, que resultou na prisão de G.A., tem correlação com os fatos versados nestes autos”.
De acordo com informações do Governo do Estado, a operação “Falsários” identificou irregularidades em diversos processos para emissão e regularização de documentos de veículos no Detran, que incluem a montagem de processos sem a documentação exigida, falta de vistoria ou sua realização via aplicativo WhatsApp, entrega de lacres para pessoas não autorizadas, auditorias fraudulentas, entre outras.
Garagista revoltada
Domingo, 05 de Julho de 2020, 10h06