Cidades Domingo, 15 de Março de 2020, 21h:00 | Atualizado:

Domingo, 15 de Março de 2020, 21h:00 | Atualizado:

PRODUÇÃO ILEGAL

MPE aciona Aprosoja e pede destruição de plantio experimental em MT

Segundo denúncia, Aprosoja buscou alteração para plantio experimental apenas para mudar calendário de produção no Estado

RODIVALDO RIBEIRO
Da Redação

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

APROSOJA.jpg

 

O MPE (Ministério Público Estadual) impetrou ação civil pública contra a Aprosoja para que a justiça obrigue a instituição dos produtores de soja à destruição imediata de 50 hectares de plantação ilegal de soja localizada na Fazenda Monte Cristo, em Sorriso (distante 395 quilômetros de Cuiabá). O associado e dono da Monte Cristo, Iury Piccini, também é alvo da ação.

A promotoria acusa a Aprosoja de violar a legislação estadual ao realizar o plantio fora do calendário estabelecido, conforme a Instrução Normativa Conjunta (002/2015) e cometendo infração administrativa lavrado com fundamento no Decreto Estadual nº 1524/2008. A instrução estabeleceu o período para plantio de soja entre 16 de setembro a 31 de dezembro de cada ano. Com exceção possível somente para pesquisa autorizada pelo Indea.

De acordo com a acusação, a Aprosoja buscou autorização somente para alterar o calendário do plantio de soja, num movimento considerado de risco até mesmo entre produtores, cientistas e população em geral por medo de um surto de disseminação de ferrugem asiática.

O Indea negou esse requerimento, mas a associação de produtores, sempre conforme a promotoria, foi atrás de maneiras de alterar o calendário de regulação.  Imediatamente, com auxílio da Câmara de Mediação AMIS, deliberou conflito que trata sobre direito indisponíveis, como o meio ambiente, para dar ares de legitimidade a um experimento alternativo rejeitado pela comunidade científica.

“Assim, por meio da Câmara de Mediação, Indea e Aprosoja, em procedimento absolutamente questionável legalmente, que não vem ao caso neste momento, entabularam um acordo parcial, estabelecendo a possibilidade do “experimento” ser iniciado no mês de fevereiro de 2020, após autorização do INDEA. Frise-se que o plantio sem autorização realizado pela APROSOJA em parceria com o Segundo Requerido demonstra um total desrespeito às Instituições, à ciência e as leis, afrontando a comunidade científica que se mostra majoritariamente contra o experimento e o poder Estatal de controle e fiscalização, notadamente o INDEA, mesmo tendo a APROSOJA sido cientificada através da Notificação Recomendatória nº 001/2020 sobre as consequências advindas de seus atos”.

Para o MPE, a Aprosoja afrontou às normas que tratam do tema, bem como às medidas fiscalizatórias adotadas pelo Estado com o intuito de exercer o seu poder de polícia, com vistas a garantir o bem-estar coletivo, o interesse público e por isso pede tutela de urgência para determinar à associação, sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 30 mil, o cumprimento da obrigação de fazer consistente em destruir imediatamente, até um prazo de 48 horas, a destruição .

Caso descumpra, o pedido é para que seja determinada ao Indea a destruição, conforme procedimentos legais, mas com imposição de multa de R$ 500 mil pelo descumprimento. Por fim, a promotoria de justiça pede o embargo judicial da área do plantio ilegal, averbação da restrição na matrícula do imóvel junto ao Cartório de Registro de imóveis, e que seja determinada, caso não tenha ocorrido a destruiçãoo, a apreensão da soja oriunda do plantio ilegal até julgamento final da ação. “Para assegurar o cumprimento da ordem judicial, com fulcro nos arts. 8º, 139, IV, e 301 do CPC, requer-se que esse juízo determine o embargo da área do plantio ilegal na Fazenda Monte Cristo, determinando-se que a restriçãoseja averbada à margem da matrícula, bem como a apreensão da soja oriunda do plantio ilegal”.

ENTENDA A QUESTÃO

Corria o dia 06 de dezembro de 2019 quando o Indea e a Aprosoja chegaram a um acordo parcial com a Câmara de Mediação, Conciliação e Arbitragem para proceder ao experimento batizado como “análise comparativa da severidade foliar da ferrugem asiática em lavouras de soja semeadas em dezembro e fevereiro na safra 2019/2020”, um estudo conduzido pela Fundação de Experimento e Desenvolvimento Tecnológico Rio Verde, apoiado pelo Instituto AGRIS.

A pesquisa se daria em até 30 áreas de cerca de 50 hectares cada, que deveriam ser semeadas na primeira quinzena de fevereiro de 2020. Ainda segundo o acordado entre Indea e Aprosoja seriam apresentados pela Fundação Rio Verde ao Indea até o dia 15 de janeiro de 2020, “que deveria analisar os protocolos até o dia 31/01/2020. A proposta de experimento feita pela Aprosoja busca, em última análise, provar a necessidade de alteração do calendário do plantio de soja. A calendarização do plantio de soja é a determinação de data-limite para semear a soja na safra”.

Conforme o núcleo de estudos do MPE, o caneldário serve para reduzir o número de aplicações de fungicidas ao longo da safra e diminuir a pressão de seleção de resistência do fungo aos fungicidas, notadamente, da ferrugem asiática. Conforme a Embrapa, e o que tem garantido a produção ao longos dos anos e eficiência na luta contra a ferrugem asiática.





Postar um novo comentário





Comentários (1)

  • Osnir

    Segunda-Feira, 16 de Março de 2020, 00h27
  • Por acaso está no MEIO disso tudo o ex secretário do Taques André Babinski que agora ficou milionário e está cobrando bem caro pelas sua sapiência. Né. Agora o dinheiro apareceu como sempre.. Boa essa MP!! Esse povo acha que são donos de MT. Sem contar o excesso de agrotóxicos isso quando o mesmo não é fake. É BRASIL sil sil...
    1
    0











Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet