Cidades Quarta-Feira, 26 de Fevereiro de 2014, 18h:45 | Atualizado:

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MT já gastou R$ 724 mi com VLT; turistas não usarão modal na Copa

 

Da Redação

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Apesar da obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ter iniciado em 21 de junho de 2012 e com prazo de entrega para 13 de março de 2014 ao custo de R$ 1,4 bilhão, a empreiteira responsável pela execução não vai conseguir cumprir o cronograma originalmente estabelecido. A CR Almeida apresentou à Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo Fifa 2014 (Secopa) um cronograma de entrega do trecho do Aeroporto Marechal Rondon até a Estação do Porto, atrás do Atacadão, até junho, às vésperas da Copa, com a centralização da execução da obra neste perímetro.

Os demais trechos, do Porto ao CPA e o do Centro até a Avenida Fernando Corrêa da Costa, vão ficar para o final do ano. No cronograma apresentado, o VLT vai operar ainda em fase de testes, sem fazer integração com o sistema de transporte coletivo.

Ainda é avaliado se os turistas que vão desembarcar no Aeroporto Internacional Marechal Rondon para assistir os jogos da Copa do Mundo poderão transitar do município a Cuiabá pelo modal. Conforme o secretário da Secopa, Maurício Guimarães, nenhuma obra do VLT vai ficar para 2015.

O cronograma mostra que é possível implantar as vias permanentes até 31 de dezembro de 2014 nos 22,2 km do VLT em Cuiabá e Várzea Grande. “A parte mais difícil já foi vencida, que são os licenciamentos ambientais e históricos, a fase de projetos, de desapropriações e as obras de arte (viadutos e trincheiras). A implantação da via permanente é a mais fácil de ser realizada. O cronograma apresentado nos dá mais tranquilidade”.

Conforme o documento, é possível que uma frente de serviço consiga implantar 400 metros de trilhos por dia. Se não houver empecilhos pelo caminho, no prazo de até 2 meses a empreiteira conclui o trabalho.

A avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha) ainda é um dos pontos mais críticos para o avanço das obras. O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ainda não liberou a continuidade das obras no trecho do Morro da Luz até as imediações da Igreja do Rosário e São Benedito.

Durante as escavações foram encontrados vestígios arqueológicos. O relatório do resgate arqueológico foi encaminhado em novembro de 2013 para ser analisado pela superintendência do Iphan em Mato Grosso e, em seguida, remetido para Brasília, para ser analisado pelo Centro Nacional de Arqueologia do Iphan. Ainda não se tem resposta sobre o caso. “Não tenho dúvidas de que vamos superar tudo isso ainda nesse ano. Grande parte da Prainha já foi executada, falta apenas um perímetro restrito. O reforço do canal já foi executado”, disse o titular da Secopa.

Conforme dados do programa Geo-Obras do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a empreiteira responsável pela execução do VLT já recebeu R$ 724,7 milhões do contrato de R$ 1,4 bilhão, o que representa 48% do valor global da obra. Porém, a Secopa argumenta que não se pode traçar o comparativo do andamento da obra conforme a execução financeira.

Maurício justifica que cerca de um terço do custo do VLT é com os carros, trilhos e sistema para operacionar. “Dos 40 carros, 36 estão prontos, 13 estão em Cuiabá, outros 4 estão a caminho e mais 4 no Porto Seco. Grande parte do VLT já está em Cuiabá, por isso há a divergência entre o que foi pago e as obras executadas”.

DESAPROPRIAÇÕES

Proprietários de imóveis e locatários do trecho que deve ser totalmente demolido para a obra estão revoltados e descrentes com relação à Secopa. Nenhum deles recebeu valor das indenizações e os valores divergem do preço praticado pelo mercado. Um dos exemplos é o de Cristina Fares. Ela é uma dos 9 herdeiros do edifício Fares.

O local tem 840 m2, com estacionamento e uma casa atrás de 250m2 e 2 apartamentos na parte de baixo. A Secopa avaliou em R$ 1,2 milhão o imóvel, mas a avaliação particular foi ofertado entre R$ 2,8 milhões a R$ 3,5 milhões. “Acho um desrespeito. Meus sogros vieram do Líbano e não tinham nada. Eles compraram com muito sacrifício esse prédio e agora querem pagar qualquer esmola para nos tirar daqui”.

Com a notícia da desapropriação, muitos dos inquilinos deixaram o imóvel, alguns sem pagar aluguel, causando prejuízos à família. “Houve muita instabilidade e alguns dos inquilinos saíram e procuraram outros imóveis para evitar ter que sair de última hora”.Uma delas é Francisca Lopes Xavier, presidente do bairro Centro-Norte. Durante 15 anos ela morou no prédio e teve que deixar o local. A Secopa paga para ela o aluguel social no centro da cidade. Para ela, o custo da obra da Copa é muito maior do que os benefícios.“Os transtornos físicos, morais e os prejuízos causados aos comerciantes não têm preço. Teve gente que até morreu de desgosto. Vida não tem preço. Tem gente falindo, vendendo o que tem para manter o negócio e a Secopa até agora não fala em indenizar, em pagar pelas desapropriações no valor justo”.

A proprietária da Papelaria Dunorte, Iara Nunes, diz que a maior preocupação dos empresários é se a indenização de fato será paga, se a obra vai ser construída. “Há muitas incertezas, mudança de ponto comercial não se faz em 30 dias, temos o medo de perder a clientela. A gente espera que a Secopa cumpra o que foi acordado verbalmente, execute as obras e defina a situação dos imóveis”. Conforme a Secopa, poucos locatários entregaram o documento necessário para serem ressarcidos pelas obras da Copa, mas não informou a quantidade. Em março, com a abertura do orçamento, a secretaria vai voltar a depositar os valores das desapropriações em juízo.


 





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Comentários (1)

  • Francisco Botelho Pinto

    Quarta-Feira, 26 de Fevereiro de 2014, 23h18
  • Uai o VLT não é para a copa? Como acreditar num governo que só mente. Esse é o legado, da incompetência, da irresponsabilidade, da mentira. A copa é nossa.
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