Os municípios do extremo norte de Mato Grosso tentam retomar a rotina depois das fortes chuvas dos últimos dias que deixaram as localidades isoladas. Máquinas trabalham na reconstrução das estradas. Algumas pontes também foram levadas com a força da água.
Os moradores da área rural de Novo Mundo, a 791 km de Cuiabá, têm convivido com atoleiros, buracos e muita lama. Tudo por causa das fortes chuvas que não têm dado sossego nos últimos dias. O pior trecho é entre as comunidades Cinco Mil e Rochedo. A ponte que liga as duas localidades está com parte alagada e, do outro lado, saiu da estrada e desceu rio abaixo. E para chegar até lá, e atravessar de um lado para outro, só de barco.
São os fiscais da Sema (Secretaria de estado de Meio Ambiente) que fazem a travessia dos moradores. O rio Rochedo, que tinha 40 metros, agora está com mais de 500 metros por causa da água que se espalha pela estrada. “A gente está auxiliando o pessoal. O pessoal da comunidade de Rochedo ligou pra gente e viemos auxiliar”, disse Marcos Bessa, agente da Sema.
Em Matupá, a região também foi bastante prejudicada por causa das chuvas. O agricultor Sandro José Knopf que planta 1,1 mil hectares de soja tem mais trabalho que o normal na hora da colheita. “O trem tá feio, chovendo demais, muito molhado. Agora vamos puxar, ver se o trator tira ela [a soja] daí”, disse.
A equipe da TV Centro América também esteve em Colíder, onde o estrago também foi grande. Luiz Consone é dono de um pesqueiro e, há uma semana, viu o investimento de R$ 100 mil descer por água abaixo. “Foi água demais. Um dilúvio desse aí... eu estou com 23 anos nessa chácara e nunca vi igual isso aí. Nunca. E o prejuízo fica”.
Uma equipe da Defesa Civil de Mato Grosso passou pelo município, que também já decretou estado de emergência. “A obrigação nossa é estar junto, auxiliando os municípios, seja na parte da documentação para levar para o estado e para Brasília, seja no amparo social”, afirmou Benedito Gomes, agente da Defesa Civil.
A equipe de reportagem também foi para Alta Floresta. Aos poucos pontes e estradas são consertados. Mesmo assim, o município decretou estado de emergência. “Se não der uma resposta imediata para a conservação das pontes e das estradas, nós vamos ter grandes prejuízos na lavoura, na área de agricultura", avalia Gilberto.