Defesa técnica de Gilberto Rodrigues dos Anjos divergiu das qualificadoras citadas pela acusação, durante o julgamento, e pediu que fosse considerado, além dos assassinatos, o crime de “vilipêndio ao cadáver”, ao contrário de estupro de vulnerável. Segundo a defesa, seria “inconclusivo” avaliar se as vítimas violentadas estavam vivas ou não no momento dos crimes sexuais cometidos pelo réu. O julgamento começou na manhã desta quinta-feira (7) e segue ao longo do dia.
A fala do defensor público Ewerton Nóbrega, designado para a defesa de Gilberto no julgamento em que responde pelas mortes de Cleci Calvi Cardoso e das filhas Miliane, Manuela e Melissa em novembro de 2023, em Sorriso, faz menção a questão da violência sexual cometida pelo réu.
Gilberto confessou os abusos. No entanto, para o defensor, “não há prova técnica dos estupros, a não ser que se considere apenas a palavra do réu”. A defesa argumentou que o estupro, conforme o Código Penal, é cometido contra ser humano com vida. Contudo, o vilipêndio de cadáver, como sugere, é um crime cuja pena é consideravelmente menor.
Diante disso, a defesa pediu aos jurados que avaliem a questão e acredita que Gilberto "pode ter falado certas coisas de forma generalista". Apesar disso, em meio ao estudo dos autos e diante das provas apresentadas no plenário, reconheceu como inconteste a autoria e a materialidade dos fatos, bem como as qualificadoras.
“A defesa atuou aqui seguindo a lei. Quero que vocês compreendam isso. São fases para que se chegue a um julgamento hoje de forma correta. [...] Neste julgamento eu não tenho vaidade de competir. Estou aqui apenas para garantir um julgamento justo. [...] Por decência, eu não peço a pena mínima, por respeito à população de Sorriso", disse Nóbrega.
Além dele, atuou também o defensor Claudiney Serrou.