Estrutura do Viaduto da Universidade Federal de Mato Grosso, que compreende o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), não tem atendido as necessidades dos motoristas e sequer desafogado o trânsito local. Além disso, profissionais da área de engenharia civil destacam que a construção foi elaborada de forma errônea. Dentre os erros que mais prejudicam a população está o estreitamento das pistas ao lado da estrutura e ainda a localização da rotatória, que fica embaixo do viaduto e dá acesso principalmente a instituição de ensino.
Professor da Faculdade de Engenharia Civil há quase 30 anos, Luiz Miguel de Miranda, detalha que somente na Universidade existe um tráfego diário de seis mil veículos e que a nova estrutura elaborada para a Copa do Mundo não tem comportado sequer estes veículos. “Esta quantidade de carros é apenas da UFMT. temos ainda veículos que trafegam pela região que vêm de todas as direções. O fato é que em horários de pico, as pessoas não conseguem transitar pela rotatória. O que deveria facilitar o acesso para todos, tem se transformado em caos”, completou.
De acordo com Miranda, o viaduto deveria ter início próximo a Rua 1, do bairro Boa Esperança. Dessa maneira, a rotatória construída embaixo da estrutura, que deverá comportar os trilhos do VLT, seria maior e comportaria a quantidade de veículos vindos de todas as regiões.”O viaduto não deveria ter a depressão que tem, quando chega próximo a entrada da UFMT. Essa depressão acabou matando a rua que dava acesso a Universidade. O mesmo acontece próximo a avenida Brasília. A via ‘morreu’ após a construção do viaduto”, explicou.
Outro fator apontado pelo estudioso é o afunilamento das pistas próximo a região de um supermercado e também de um shopping center e galeria de lojas. “As pessoas que estão transitando na rotatória ou nas demais vias de acesso encontram pontos de conflitos nestas regiões. Enquanto as demais ruas são duplas, as margens do viaduto se afunilam, causando ainda mais confusão e congestionamento no trânsito”.
O professor ressalta que os funcionários da UFMT, por exemplo, têm deixado a instituição após as 19 horas. Segundo ele, neste horário o trânsito está mais calmo e é possível sair do campus. “Há dias em que o congestionamento chega até dentro das dependências da Universidade”, comentou.
Morador não vê benefício com a obra do viaduto
Morador do bairro Boa Esperança, Paulo Roberto Spiller, 26, conta que antes do viaduto da UFMT ser entregue o trânsito na região era mais ameno. O jovem, que trabalha na instituição de ensino e é médico veterinário, ressalta que a obra não tem cumprido seu objetivo, que seria de contribuir para melhorias no trânsito. “Na minha visão, a construção desta estrutura não auxiliou em nada. É visível o congestionamento em horários de pico, como as 6 horas, 12 horas e 18 horas. Além disso, quem necessita ter acesso ao shopping center da região e até mesmo aqueles que vêm em direção à região do Coxipó se deparam com problemas ao chegar próximo a nova estrutura”.
De acordo com o professor Luiz Miguel de Miranda, o desenho da rotatória não acompanha as demais vias que já existiam na região. “As ruas não se encontram na rotatória. O motorista, antes mesmo de ter acesso à ela encontra ‘obstáculos’. Isso atrapalha o fluxo e, novamente, interfere na formação de congestionamento. É preciso entender que as construção de engenharia são obras de arte. Além disso, é importante respeitar o desenho da cidade”, destacou o profissional.
Outro fator apontado pelo estudioso é o espaço localizado embaixo do viaduto. Segundo ele, até o momento não há informações sobre utilização do local. Miranda reforça que o espaço é apropriado para a construção de obras sociais, centros de apoio à população e até mesmo a elaboração de academias comunitárias. “São obras que integram a sociedade e o espaço passa a ser utilizado de forma adequada”.
A obra - O viaduto da UFMT conta com 428 metros de comprimento e foi construído sobre os entroncamentos das avenidas Brasília, Tancredo Neves, Fernando Correa da Costa, além da via de acesso ao campus da Universidade Federal de Mato Grosso. A estrutura é constituída de duas faixas de circulação por sentido para o tráfego geral e a via permanente do VLT. Sob o viaduto também foram elaboradas as pistas marginais e uma rotatória.
Raimundo
Domingo, 21 de Setembro de 2014, 13h47Andr?
Domingo, 21 de Setembro de 2014, 11h07