O delegado Bruno Abreu Magalhães, responsável pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, informou que entrou com um pedido junto ao Judiciário para prolongar por mais 30 dias a prisão dos cinco investigados pelo assassinato do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Renato Gomes Nery. Renato Nery morreu num hospital particular após ser baleado na nuca no dia 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, na Avenida Fernando Côrrea da Costa, em Cuiabá.
O inquérito deve ser finalizado até 15 de abril e, em seguida, encaminhado ao Fórum com um pedido para que as prisões temporárias sejam convertidas em preventivas. O pedido, que já recebeu parecer favorável do Ministério Público Estadual (MPE), aguarda agora a decisão da juíza responsável pelo caso.
Os suspeitos – o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva e os policiais militares Jorge Rodrigo Martins, Leandro Cardoso, Wailson Alesandro Medeiros Ramos e Wekcerlley Benevides de Oliveira – estão detidos desde 6 de março. A prisão temporária, que se encerraria no próximo sábado (6 de abril), pode ser renovada para permitir a conclusão das apurações.
Segundo Magalhães, o prazo adicional é essencial para examinar documentos periciais e colher informações de testemunhas importantes. "Já protocolamos a solicitação e temos o aval do MPE. Cabe à magistrada analisar e definir. Precisamos desse tempo para aprofundar as análises técnicas e ouvir pessoas-chave", justificou.
Durante as investigações, a equipe descobriu que o caseiro Alex trocou de celular quatro vezes após o crime. "Encontramos em seu aparelho imagens de possíveis envolvidos na execução. O fato de ele ter mudado de número repetidamente em poucos dias é, no mínimo, suspeito", destacou o delegado.
Além disso, o histórico de buscas do suspeito chamou a atenção. "Em agosto, ele pesquisou termos como 'morte de advogado em Cuiabá' e 'foto do atirador'. Estamos verificando se há relação com o caso Nery ou com outro homicídio semelhante ocorrido em 2019", acrescentou.
O delegado explicou que as apurações avançam em duas frentes: a dos mandantes e a dos executores. No entanto, o foco principal tem sido nos últimos. Até o momento, os cinco investigados permanecem em silêncio. "Os executores costumam deixar mais rastros, e, por meio deles, conseguimos chegar aos mandantes. Eles não deram depoimentos. Apenas o Alex se manifestou, mas as provas contra ele são robustas", disse Magalhães.