Suspeito de executar o advogado Roberto Zampieri, o pedreiro Antônio Gomes da Silva estaria sendo ameaçado por um fazendeiro de Mato Grosso, através de um advogado. A revelação foi feita pela defesa do autor dos disparos, que não descarta pedir a transferência dele para Minas Gerais, tendo em vista que as investigações sobre o caso subiram para a Justiça Federal.

Roberto Zampieri, de 57 anos, foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório no bairro Bosque da Saúde, na Capital. Ele estava dentro de uma picape Fiat Toro quando foi atingido pelo executor com diversos tiros de pistola calibre 9 milímetros. O atirador, identificado como Antônio Gomes da Silva, de 56 anos, foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte.

Também foram presos o instrutor de tiros, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, suspeito de intermediar o crime, e dono da pistola usada no crime, além do coronel Etevaldo Caçadini, que teria financiado o homicídio. O empresário e fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo foi apontado pelos investigadores como sendo um dos mandantes do assassinato, após uma disputa de terra no valor de R$ 100 milhões, em Paranatinga.

No final de outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) avocou para si as investigações sobre a morte do advogado, por conta da existência de um possível esquema de venda de sentença envolvendo o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A defesa do pedreiro revelou que Antônio Gomes da Silva recebeu ameaças através de um advogado, identificado como “J.”, a mando de uma terceira pessoa, apontada como sendo M.J.B..

Segundo o documento, os alvos seriam os familiares do suspeito, além dele próprio, o que teria motivado o silêncio dele sobre os reais mandantes do crime. “As atitudes e ações praticadas pelo J. e M. em relação ao Noticiante Antônio e seus familiares, no curso do processo penal e/ou investigações, cujas diligências têm como objetivo de alcançar a verdade real, sendo que a diferença das apurações no Inquérito e na ação penal está na amplitude do contraditório e da ampla defesa, por si só, apontam que estão tentando obstruir a justiça e as investigações. Cumpre registrar que as pessoas apontadas pelo noticiante são pessoas com grande capacidade financeira e econômica, bem como tudo indica que exercem poder de influência no meio social”, diz trecho do documento.

Na petição, a defesa solicita que o assunto não seja levado ao conhecimento das autoridades carcerárias, já que as ameaças se deram externamente e que qualquer mudança ou movimento atípico dentro do sistema carcerário pode o expor, assim como seus familiares. OS advogados do pedreiro também não descartam uma possível transferência do suspeito para Minas Gerais, por conta da ida dos autos para o STF.