A defesa do policial militar Ricker Maximiano de Moraes, de 35 anos, preso por matar a esposa Gabrieli Daniel Souza de Moraes, de 31 anos, no final de maio deste ano, pediu a mudança de local do júri popular que enfrentará por outro crime cometido em 2018, ao atirar nas costas de um adolescente no meio da rua. Ele argumenta que o novo caso poderá impactar na decisão dos jurados, no processo criminal por tentativa de homicídio.
O militar deveria ter sido julgado pelo crime no dia 28 de maio, mas o procedimento foi cancelado após ele trocar de advogado às vésperas da sessão, em Cuiabá. A mudança se deu após o militar ser preso por matar a própria esposa, com três tiros na casa onde ele moravam no bairro Praeiro. Ela, inclusive, seria inclusive uma das testemunhas no processo.
Ricker Moraes é réu pela tentativa de homicídio praticada contra o adolescente em 23 de junho de 2018, ocasião em que o rapaz estava para casa ao lado de dois amigos, também adolescentes, caminhando pela Avenida General Melo, quando passaram ao lado do policial militar, que discutia com a então namorada da época.
Ao perceber que os adolescentes estavam conversando e rindo entre eles, o militar questionou: "O que vocês estão rindo? Vaza, vaza." Na sequência, levantou a camisa, pegou uma arma de fogo que estava na cintura e perseguiu os adolescentes, atirando pelas costas e atingindo um dos menores.
Devido à gravidade do ferimento, o garoto precisou passar por uma cirurgia de emergência e, atualmente, faz uso de uma sonda para urinar, já que perdeu a sensibilidade na bexiga e não consegue mais sentir vontade espontânea de ir ao banheiro. Por conta do adiamento, o julgamento foi remarcado para o dia 8 de julho.
Poucos dias antes do julgamento marcado para maio, Ricker Maximiano matou a esposa, Gabrieli com três tiros de pistola, dentro da própria cozinha de casa. Às vésperas do novo júri, a defesa pediu a mudança no local onde será feito o procedimento, que está marcado para a Primeira Vara Criminal de Cuiabá.
A defesa destacou que há uma intensa comoção social e teme pelo ‘linchamento social’ provocado pelo homicídio da companheira, o que poderia impactar na imparcialidade dos jurados, segundo a petição, mesmo sem se tratar do processo ao qual ele responderá. Para os advogados, há o risco de que o militar seja julgado por sua personalidade e estigmas sociais e não pelos fatos detalhados nos autos.
Segundo a petição, caso o julgamento seja realizado em Cuiabá, o júri será ‘contaminado’ e que a acusação terá ‘vantagem processual’. Foi sugerido pela defesa que o procedimento seja realizado em Rosário Oeste, como alternativa. O pedido será julgado pela Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Moraes
Terça-Feira, 17 de Junho de 2025, 21h37Observador
Terça-Feira, 17 de Junho de 2025, 21h36