O documento foi negociado em março de 2013, durante os protestos pela redução do custo do transporte coletivo, entre o prefeito Marcio Lacerda (PSB) e os manifestantes, com a intermediação de membros do MP (Ministério Público) de Minas Gerais.
À época, os protestos acabaram conseguindo impedir o aumento dos preços das passagens na cidade, que permaneceram em R$ 2,65. A sede da Prefeitura de Belo Horizonte chegou a ser ocupada por manifestantes.
Em nota, a BHTrans informou que o "Relatório Técnico Final de Apuração do Resultado Econômico Financeiro dos Contratos de Concessão da Rede de Transporte e Serviços por Ônibus de Belo Horizonte" será enviado ao Ministério Público Estadual e está sob análise da Prefeitura de Belo Horizonte "para subsidiar qualquer definição relativa à alteração tarifária no transporte coletivo".
A reportagem do UOL não localizou a assessoria de imprensa de Lacerda para comentar o relatório.
BRT
Segundo o relatório, a redução de preço da passagem esbarra em uma exigência que a Prefeitura fez às 43 empresas que exploram o negócio na cidade: investir na implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transit, na sigla em inglês) na cidade. Com isto, a tarifa deveria ser ajustava em 2,97%, além dos 8,95% de remuneração das concessionárias que estava previsto em contrato.
Mesmo assim, foi constatado um desiquilíbrio no preço das tarifas. "O impacto percentual na tarifa deve ser de menos 27,54% para que a TIR [Taxa Interna de Retorno, o lucro das empresas] dos consórcios consolidados se iguale à TIR de 8,95%", informa o relatório. "Esse desequilíbrio mostrar-se-ia favorável aos consórcios, com a previsão de retornos acima do previsto inicialmente."