Para evitar constrangimentos, um projeto de lei apresentado à Câmara Municipal de Cuiabá, prevê que obesos e gestantes deixem de utilizar as catracas dos ônibus da cidade. A Associação Mato-grossense de Obesidade (AMO) apoia a iniciativa, tendo em vista que traz mais dignidade à pessoa obesa.
Ao Diário, o vereador Juca do Guaraná Filho (PT do B) explicou que a ideia surgiu após percorrer de transporte coletivo o caminho entre o bairro Pedra 90 e o centro. “Eu e outros colegas fizemos esse caminho de ônibus, e constatamos que essas pessoas passam por constrangimentos. O espaço é pequeno, é desconfortável”, explicou.
A lei, segundo Filho, apenas desobriga a utilização do equipamento, mas não excluí o pagamento do serviço pelos usuários. “Recebemos muitas reclamações por parte das pessoas que sofrem nos ônibus devido a estas condições, principalmente por quem está com sobrepeso”, destacou.
Para a presidente da AMO, Silvane Aparecida Gadani, o projeto traz com toda certeza, mais dignidade para o obeso. “Vai evitar muito constrangimento, muitas piadas e situações envolvendo ironia, no qual eles são alvos diariamente”, disse.
Para as gestantes, a catraca ainda oferece risco à saúde, já que é preciso aplicar força no equipamento para que ele gire. Com o espaço muito estreito, forçar a barriga para fazer o movimento oferece risco à usuária.
O projeto já está nas mãos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da casa de leis, e já foi considerado um ótimo projeto que atende as necessidades da coletividade. A aprovação deve acontecer nos próximos dias, após o parecer da comissão. Apesar da ideia ser nova na capital, ela já foi adotada em outra região do Estado, como em Rondonópolis (215 km de Cuiabá).
Em julho deste ano, o prefeito Percival Muniz, sancionou a lei que desobriga a utilização das catracas pelos passageiros considerados obesos e gestantes. No município, esses passageiros podem permanecer na frente do ônibus, próximo ao motorista ou entrar pelas portas dos fundos. Segundo Juca do Guaraná Filho, Caberá às empresas decidirem como será a aplicação no dia-a-dia.
Nesse aspecto, Silvane discorda. “Já que é para melhorar, evitar constrangimentos, que eles possam fazer a entrada pelas portas dos fundos”, explica. Para ela, o espaço na frente é muito pequeno. “90% dos obesos não estão acima do peso porque comem demais. A entrada pelo fundo permite melhor locomoção”, finaliza a presidente.
RSANTOS
Terça-Feira, 28 de Outubro de 2014, 09h59