O Pronto Socorro de Municipal de Cuiabá (PSMC) tem atualmente a demanda de 80 cirurgias ortopédicas pendentes para realizar. Este é o número de pacientes que, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), haviam se acumulado em fila até esta sexta-feira (4) na espera por procedimentos. A espera se deve à necessidade de reparos em um dos equipamentos usados para produzir imagens de raio-x, o arco cirúrgico, inoperante desde 7 de março.
Segundo especialistas, a espera delongada de muitos pacientes representa um risco porque podem ser desenvolvidas sequelas irreversíveis, como a colagem irregular dos ossos fraturados. Isso porque casos de fratura exposta devem ser atendidos imediatamente. Já os demais só podem esperar até oito dias por um procedimento médico.
O problema na unidade em Cuiabá já havia sido denunciado por pacientes, segundo os quais as cirurgias ortopédicas tinham sido suspensas.
Alguns afirmaram terem recebido alta médica sem o devido tratamento. Houve um caso de paciente de 16 anos que declarou estar há dois meses aguardando para se submeter a cirurgia.
Por conta das denúncias e das queixas, nesta sexta-feira a SMS informou que as cirurgias não foram de modo algum suspensas. Os procedimentos que necessitam do arco cirúrgico, afirmou a secretaria, estão sendo redirecionados para o Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Estão sendo realizadas na unidade dez cirurgias por dia.
Ainda de acordo com a SMS, os pacientes com fraturas graves e outras situações de emergência têm prioridade e não ficam na fila de espera, sendo imediatamente direcionados para o tratamento. Já os de situação menos grave acabam sendo colocados na espera. São casos como fraturas de tornozelo, tíbia e fíbula. Outros procedimentos sem necessidade do arco cirúrgico estão sendo realizados normalmente todo dia.
Já em relação ao paciente que estaria esperando há dois meses para se submeter a uma cirurgia, a SMS informou que ele foi internado em 12 de fevereiro com traumatismo craniano e politraumatismo. A internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durou até 2 de março, quando ele foi transferido para a enfermaria. Agora, segundo a secretaria, ele já passou pela central de regulação do Sistema Único de Saúde (SUS) e aguarda ser submetido à cirurgia em alguma unidade privada credenciada.