Cidades Domingo, 25 de Setembro de 2022, 17h:10 | Atualizado:

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ENTREVISTA

Psiquiatra alerta importância de cuidar da saúde mental dos universitários

falar abertamente sobre sentimentos e emoções é essencial

RODRIGO COSTA
Gazeta Digital

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Pressão, ansiedade, estresse, medo e insegurança. Tudo isso está muito próximo do estudante universitário, que a cada ano se queixa mais de problemas relacionados à saúde mental. Os números comprovam: em 2019, 83,5% dos graduandos responderam a uma pesquisa sobre o tema e relataram terem vivenciado dificuldades emocionais que interferiram diretamente na vida acadêmica. 

Para Paola Ferrer de Souza Gonçalves, psiquiatra formada na Universidade de Cuiabá (Unic), os estudantes fazem parte de uma população vulnerável, tendo em vista as mudanças enfrentadas nessa fase da vida.  

“Cuidar da saúde mental dos estudantes é fundamental para garantir a qualidade de vida deles durante a formação acadêmica”, diz a profissional em entrevista à Gazeta Digital. “O tema é negligenciado e pouco abordado”.

Para ela, é essencial falar abertamente sobre sentimentos e emoções, a fim de promover a saúde mental e prevenir danos e transtornos mentais futuros para com os universitários. Confira a entrevista completa 

Por que tratar da saúde mental dos estudantes?

Os estudantes universitários fazem parte de uma população considerada muito vulnerável a problemas relacionados à saúde mental. A pressão exercida sobre eles durante esse período de formação pode ser também um dos gatilhos e desestabilizar a saúde mental dos envolvidos. 

Estudos mostram que oito em cada dez estudantes de graduação já tiveram ou têm algum problema de saúde mental desencadeado pelo início da vida acadêmica. Cuidar da saúde mental dos estudantes é fundamental para garantir a qualidade de vida deles durante a formação acadêmica. Ouvir, acolher, falar abertamente sobre os sentimentos e a saúde emocional, além de dar assistência nesse momento é a melhor forma de promover a saúde mental e prevenir os danos e transtornos mentais futuros dos universitários. 

Pesquisa realizada em 2021 com estudantes de 21 países mostra que 76% dos universitários brasileiros - maior índice entre as nações - declararam que a pandemia trouxe algum impacto na saúde mental. O que explica isso?

A pandemia impactou diretamente o desempenho acadêmico. Isso devido a mudança repentina para as aulas on-line, dificuldades de aprender no modelo de ensino à distância e a falta de interação física com outros colegas. 

Além disso, o isolamento social, o medo, a insegurança e a incerteza sobre o futuro provocaram um aumento significativo no número de casos de transtornos ansiosos e depressivos nos estudantes. 

O que tem deprimido o estudante?

A pressão e as altas expectativas.O nível de exigência, o volume de trabalhos e leituras diárias, as adaptações que muitos precisam passar para poder estudar e as incertezas em relação ao futuro são alguns dos desafios que podem ser gatilhos para desestabilizar a saúde mental do estudante. 

A pandemia, contudo, potencializou muitas inseguranças e incertezas e soma-se a isso problemas familiares ao retornar para casa, questões financeiras e preocupações com o desempenho acadêmico. 

Como a universidade tem lidado com casos de depressão e ansiedade?

Com o aumento do número de casos de transtornos mentais relacionados aos estudantes universitários, muitas instituições vêm aderindo a programas voltados ao cuidado da saúde emocional dos seus alunos. 

Algumas universidades oferecem acolhimentos e apoio psicológico para os estudantes, além de trabalhar com ações de promoção de saúde mental, como a campanha de prevenção ao suicídio durante o mês de Setembro (Setembro Amarelo). 

Quais atendimentos/profissionais devem ser procurados?

Muitos estudantes sentem necessidade de buscar ajuda ou conversar com alguém sobre os seus sentimentos e/ou sofrimento, Porém, poucos sabem a quem realmente recorrer nesse momento. 

Temos o psiquiatra, o psicólogo e o serviço social que são profissionais que atuam no suporte à saúde mental. Existem também os serviços de saúde como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), as unidades básicas de saúde (saúde da família, postos e centros de saúde), os setores emergenciais como SAMU 192, UPA, pronto-socorro e hospitais. Além do serviço gratuito do Centro de Valorização da Vida (CVV) que atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio pelo telefone 188.





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