A Secretaria Municipal de Agricultura e Trabalho está em tratativas para a construção da cadeia produtiva da produção do leite em Cuiabá. Na última semana uma reunião foi realizada no auditório do Parque de Exposições com representantes do Senar, da Empaer, do MT Leite e Sindicato Rural de Cuiabá, com o objetivo de alinhar iniciativas com a finalidade de estruturar o setor, conforme ações lideradas pelo secretário Fellipe Corrêa. Na oportunidade foi apresentado um diagnóstico de campo, um “raio x” com base em 26 comunidades de Cuiabá e que poderá nortear projetos.
O conteúdo aponta alguns desafios a serem vencidos e ações que podem contribuir para atingir o objetivo. Incluindo que a zona rural está envelhecendo e, consequentemente, resultando na queda da produção. Sendo necessário estimular a volta do jovem para as propriedades, incrementando com tecnologias adequadas, agregando valores na produção, democratizando o acesso ao crédito e implementando políticas públicas condizentes com a realidade local.
“Importante ter o diagnóstico como referência e fazer o plano de metas. Vamos construir um plano de ação em diversas mãos (referindo-se aos órgãos envolvidos) e dividir a tarefa de cada um nessa construção”, destacou o secretário adjunto de Agricultura e Trabalho, Vicente Falcão.
Conforme o diagnóstico, em Cuiabá não há laticínio em funcionamento e nem cooperativa do segmento do leite. Através de uma cooperativa poderiam ser sanadas alguns entraves como aquisição de equipamentos e estrutura que poderiam ser de uso ampliado, barateando os custos.
Outra questão é a capacitação dos produtores defendida para que ocorra dentro da realidade deles.
Para ter uma ideia, a maioria das propriedades rurais ligadas a atividade da bovinocultura de leite ainda não tem regularização ambiental. A maioria dos produtores também não tem escolaridade. “Isso dificulta porque não sabem escrever, não tem anotações. Dificulta o uso de tecnologia e a criação de registros”, pontuou o zootecnista da Empaer, Antônio Rômulo Fava.
Vicente Falcão lembrou que, o fato de nos últimos anos a administração municipal ter se afastado do governo estadual dificultou muito, uma vez que nada foi feito para o fortalecimento da produção leiteira. “Olhar no retrovisor para ver os erros e não como entraves. Vamos unir as forças para mudar o cenário”, disse o secretário.
Os participantes manifestaram interesse na construção e fortalecimento da cadeia produtiva do leite.
“A pecuária do leite é muito importante, ajuda a fortalecer outras cadeias produtivas. É essencial investir nela, mas é um desafio gigante”, declarou Nivaldo Coelho, da Empaer-MT.
O presidente do MT Leite, Dolor Vilela de Figueiredo Neto, também apontou que é preciso fazer alguma coisa com políticas públicas que permaneçam.